Vai ser muito difícil o chamado “caso Koldo” não salpicar gravemente o Governo espanhol e o respetivo chefe, num escândalo de corrupção conhecido desde o ano passado e que nos últimos dias ganhou novos contornos judiciais. José Luis Ábalos, de 62 anos, que foi ministro do Fomento entre 2018 e 2021 e número três do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, centro-esquerda) está prestes a ser acusado de ter beneficiado de uma complexa trama corrupta que, entre outras coisas, lucrou durante a pandemia com a venda de máscaras a entidades oficiais, cobrando preços excessivos ou exigindo onerosas comissões.
Um relatório demolidor de 233 páginas, elaborado pela Unidade Central Operativa (UCO) da Guarda Civil — organismo policial prestigiado pela sua eficácia e neutralidade política —, foi entregue na passada quarta-feira ao juiz de instrução Ismael Moreno. O documento disseca com cirúrgica precisão o complicado tecido deste enredo e deixa à beira da inclusão no processo judicial gente muito próxima do ex-ministro e o próprio Ábalos, que foi secretário de Organização do PSOE entre 2017 e 2021 e uma das pessoas de maior confiança política e pessoal de Sánchez.
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