Governo em Espanha: socialistas e Somar chegam a acordo para coligação de esquerda
O acordo será formalmente assinado e apresentado hoje ao final da manhã, em Madrid, pelo líder do PSOE, Pedro Sánchez, e pela líder do Somar, Yolanda Díaz
O acordo será formalmente assinado e apresentado hoje ao final da manhã, em Madrid, pelo líder do PSOE, Pedro Sánchez, e pela líder do Somar, Yolanda Díaz
O partido socialista espanhol (PSOE) e a plataforma de esquerda Somar fecharam um acordo para uma coligação de governo em Espanha, na sequência das eleições legislativas de 23 de julho, anunciaram hoje as duas forças políticas.
Os dois partidos "alcançaram um acordo programático para a formação de um novo Governo de coligação progressista em Espanha", que "servirá para uma legislatura de quatro anos", disseram PSOE e Somar, num comunicado.
O acordo será formalmente assinado e apresentado hoje ao final da manhã, em Madrid, pelo líder do PSOE, Pedro Sánchez, e pela líder do Somar, Yolanda Díaz.
Sánchez é também o primeiro-ministro em funções e Díaz uma das suas atuais vice-presidentes e ministra do Trabalho, no atual Governo de Espanha, que na última legislatura já foi uma coligação do PSOE e da Unidas Podemos (a plataforma de partidos à esquerda dos socialistas a que agora sucedeu o Somar).
PSOE e Somar não têm maioria absoluta de deputados no parlamento espanhol, pelo que para o Governo tomar posse terá de ser viabilizado por outros partidos nacionalistas e independentistas da Catalunha, Galiza e País Basco, com quem continuam a negociar, sem haver ainda acordo.
Se até 27 de novembro não houver novo primeiro-ministro investido pelo parlamento, Espanha terá de repetir as eleições.
Segundo o comunicado que divulgaram hoje, PSOE e Somar fecharam um acordo com "o objetivo do pleno emprego para a próxima legislatura" e que inclui medidas para a redução da jornada de trabalho sem diminuição de salário ou "um plano de choque contra o desemprego juvenil".
Os dois partidos acordaram, por outro lado, "uma reforma fiscal justa que faça com que a banca e as grandes energéticas contribuam para a despesa pública", sem dar mais detalhes.
O aumento do parque público de habitação até ser 20% do total de casas em Espanha, "rever em alta" os objetivos da Lei das Alterações Climáticas e a universalização da educação até aos três anos de idade são outras das medidas que integram o acordo do PSOE e do Somar.
O PSOE foi o segundo partido mais votado nas eleições de 23 de julho e Sánchez tem negociado com os nacionalistas e independentistas bascos, galegos e catalães uma geringonça para a viabilização de um novo governo de esquerda no parlamento.
O Partido Popular (PP, direita) foi o mais votado em 23 de julho, mas não conseguiu maioria absoluta e o parlamento espanhol rejeitou no final de setembro a candidatura a primeiro-ministro do presidente dos populares, Alberto Núñez Feijóo.
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