Europa

Primeiro-ministro búlgaro considerou "insignificante" a investigação do incidente com GPS no avião de Ursula von der Leyen

Primeiro-ministro búlgaro, Rosen Zhelyazkov
Primeiro-ministro búlgaro, Rosen Zhelyazkov
Hristo Rusev

Rosen Zhelyazkov negou a importância de uma investigação sobre o incidente que fez com que o piloto do avião de Ursula Von de Leyen aterrasse com um mapa de papel, a culpa foi entregue à Rússia

O primeiro-ministro búlgaro rejeitou hoje que seja necessário investigar o incidente com o GPS do avião em que viajava a presidente da Comissão Europeia e cuja culpa foi atribuída à Rússia, considerando que "é insignificante".

"Não há razão para investigá-lo", disse o primeiro-ministro, em declarações aos jornalistas na cidade de Burgas, na Bulgária.

A interferência que alegadamente impediu a utilização do sinal GPS pela aeronave "não faz parte das ameaças híbridas ou cibernéticas", acrescentou Rosen Zhelyazkov, considerando que não é mais do que uma "consequência colateral, mas insignificante" da invasão russa da Ucrânia.

"Parte dos métodos das guerras modernas incluem a chamada guerra eletromagnética, que consiste em interferências deliberadas no espetro da radiofrequência", explicou o chefe do Governo de Sófia.

Na segunda-feira, a Comissão Europeia disse que o GPS do avião utilizado pela presidente da Comissão Europeia numa visita à Bulgária, na véspera, tinha sido alvo de interferência e que as autoridades búlgaras suspeitam que foi uma ação deliberada da Rússia.

Fonte da Comissão Europeia disse à Lusa que houve uma interferência no sinal de GPS enquanto o avião em que viajava Ursula von der Leyen se preparava para aterrar no aeroporto de Plovdiv, a segunda maior cidade da Bulgária, mas a aeronave "aterrou em segurança".

De acordo com a Reuters e outros órgãos de comunicação social que citam autoridades aeroportuárias sem identificá-las, a aterragem teve de ser feita com recurso a mapas físicos, após o avião ter estado alegadamente uma hora a sobrevoar o aeroporto.

O executivo comunitário disse estar "ciente de que as ameaças e a intimidação são uma componente habitual das ações hostis" de Moscovo.

Ursula von der Leyen sentiu "na primeira pessoa a ameaça diária que a Rússia e os seus 'proxies' [intermediários] representam", afirmou a mesma fonte.

O Kremlin negou qualquer envolvimento da Rússia na alegada sabotagem do sistema GPS do avião. Em declarações ao Financial Times, o jornal que revelou o incidente, o porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov, descreveu a informação publicada nas últimas horas como "incorreta".

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