“Temos de reconhecer que isto é uma mudança duradoura”, admite Carlos Gaspar, questionado pelo Expresso sobre a mudança estrutural da política externa americana. O investigador de ciência política no Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa contesta que o isolacionismo tenha começado com Donald Trump. “Foi por decisão de Obama que deixou de ser possível contar com os Estados Unidos na primeira linha da resposta a todas as crises internacionais”, afirma.
A propósito do seu mais recente livro, “Regresso à Europa: A Posição Internacional da Democracia Portuguesa” (com chancela do Instituto da Defesa Nacional), Gaspar partilhou a sua visão sobre a abordagem diplomática de Lisboa para o mundo, e salientou: “Portugal é, ao mesmo tempo, periférico e central quando olhamos para a relação entre a Europa e os Estados Unidos ou o Brasil”. A preocupação portuguesa está também centrada na Ucrânia, onde se decidirá se a União Europeia terá futuro.
“A fronteira de segurança de Portugal já esteve em Moçambique, e agora é a linha da frente entre as tropas ucranianas e as russas”, argumenta o analista de relações internacionais. A apresentação da sua nova obra decorrerá no dia 10 de julho, quinta-feira, às 18h15, no Instituto da Defesa Nacional. Nuno Severiano Teixeira, antigo ministro da Defesa nacional, conversará com o autor sobre o livro.
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