O poder parece destinado a cair-lhe no colo. Na primeira volta das eleições presidenciais de novembro, George Simion não foi além do quarto lugar. Agora, surge destacado, com 30% nas sondagens, para vencer no domingo. A votação do ano passado foi anulada pelo Tribunal Constitucional 48 horas antes da segunda volta, que já não se realizou. A anulação foi justificada com a alegada interferência russa, incluindo ciberataques e campanhas de desinformação no TikTok, que impulsionaram a candidatura do ultranacionalista Călin Georgescu, que venceu a primeira volta, depois anulada. Em março, este foi impedido de se candidatar à repetição das eleições por ser alvo de várias investigações criminais.
Ato contínuo, Simion, que cofundou o partido de extrema-direita Aliança para a União dos Romenos (AUR) em 2019, anunciou a sua candidatura no lugar de Georgescu. (Apesar de ter militado na AUR entre 2020 e 2022, Georgescu apresentou-se como independente às eleições de novembro.) Com um discurso nacionalista e eurocético, Simion opõe-se à ajuda militar à Ucrânia, defende a unificação com a Moldova e está ideologicamente alinhado com Donald Trump. É considerado persona non grata na Ucrânia e na Moldova, estando impedido de entrar em ambos os países.
Simion denunciou a anulação da votação de novembro como uma farsa, organizou protestos contra a decisão do Constitucional e tem sugerido que, sendo eleito Presidente, terá um alto cargo reservado para Georgescu, possivelmente o de primeiro-ministro. (Embora seja o chefe de Estado a nomear o chefe do Governo, é necessário o apoio de uma maioria parlamentar.) Enquanto isso, posiciona-se como herdeiro do ultranacionalista desqualificado.
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