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“Se não desenvolvermos África para os africanos, os jovens vão aderir ao terrorismo”, diz ex-primeiro-ministro francês Jean-Pierre Raffarin

Jean-Pierre Raffarin, primeiro-ministro francês entre 2002 e 2005
Jean-Pierre Raffarin, primeiro-ministro francês entre 2002 e 2005
DR

Para o primeiro chefe do Governo do segundo mandato presidencial de Jacques Chirac, “é perturbador que seja o terrorismo a criar os empregos de amanhã” no continente africano. Propõe, por isso, “uma cooperação franco-portuguesa” para se chegar a “um projeto multilateral credível de desenvolvimento de África no interesse dos africanos”. Em entrevista ao Expresso, distingue entre as presenças de Pequim e Moscovo no continente: “a China não gosta de desordem, a Rússia joga a carta da desordem”. No plano doméstico, considera que a nomeação de Michel Barnier como primeiro-ministro é “irrepreensível”, mas aponta “fraquezas” a Macron: “Não me parece que uma dissolução em noite de eleições tenha sido uma decisão bem fundamentada”

“Se não desenvolvermos África para os africanos, os jovens vão aderir ao terrorismo”, diz ex-primeiro-ministro francês Jean-Pierre Raffarin

Hélder Gomes

Jornalista

Jean-Pierre Raffarin esteve em Portugal no mês passado para participar na conferência “Que cooperações possíveis entre França e Portugal em África?”, na Nova School of Business & Economics (Nova SBE), em Carcavelos. Primeiro-ministro entre 2002 e 2005, no arranque do segundo mandato de Jacques Chirac, e presidente da Fondation Prospective & Innovation, Raffarin foi ministro do Comércio (1995-97) de Alain Juppé, eurodeputado e senador.

Militante da União por um Movimento Popular (UMP) durante mais de uma década, depois rebatizada como Os Republicanos, em 2022 passou para o partido Horizontes, fundado pelo também antigo primeiro-ministro Édouard Philippe. Após a conferência, que contou com a presença do presidente da Assembleia da República e do ministro da Economia, além de atores diplomáticos e económicos, destacou ao Expresso que “a reflexão franco-portuguesa é essencial para uma ação multilateral” em África, que precisa de ser “inventada”. “Se os franceses e os portugueses não forem capazes de o fazer, isso quer dizer que esta é uma tarefa impossível”, defendeu.

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