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Sacos-cama, máscaras antigás, voleibol, cânticos contra a Rússia, violência e detenções: mais uma madrugada de protestos na Geórgia

Marika Mikiashvili, ativista pela integração da Geórgia na UE, em protesto em frente ao Parlamento, na capital Tbilisi
Marika Mikiashvili, ativista pela integração da Geórgia na UE, em protesto em frente ao Parlamento, na capital Tbilisi
DR

Uma lei vendida pelo Governo como promotora da transparência no sector das organizações não governamentais (há pelo menos 10 mil ONGs na Geórgia) é vista pelos manifestantes como o início de um totalitarismo ao estilo russo, que aos poucos vai silenciando, com prisões e multas, toda a sociedade civil independente. Na madrugada de segunda-feira, 20 pessoas foram presas e os manifestantes acusam a polícia de violência. Uma ativista política que esteve nos protestos, uma investigadora na área da corrupção e três académicos explicam o que se passa na Geórgia

Sacos-cama, máscaras antigás, voleibol, cânticos contra a Rússia, violência e detenções: mais uma madrugada de protestos na Geórgia

Ana França

Jornalista da secção Internacional

Os protestos começaram ainda no domingo à tarde. O metro de Tbilisi não tinha espaço para toda a gente que queria viajar até ao centro da capital, até ao Parlamento onde a lei que classifica as ONGs como “agentes estrangeiros” iria ser aprovada em comité da especialidade.

As imagens começaram a circular: pessoas com sacos-cama, colchões de campismo enrolados e presos às mochilas, tendas, comida, focos de luz, muitos agasalhos, baterias portáteis para os telemóveis, colunas de som, e até geradores para providenciar café, chá e sopa quente foram montados.

Tudo o que é preciso para aguentar o frio e o sono numa madrugada de protestos.

A área à volta da Avenida Rustaveli, que leva ao Parlamento, ficou rapidamente cheia de pessoas. Ouviu-se o hino da Geórgia e o hino da União Europeia várias vezes. Na internet iam circulando vídeos de pessoas a cantar, a dançar, de mãos dadas, com as bandeiras da Geórgia e da Europa atadas no pescoço, a esvoaçar. Um vídeo de uma senhora a estender “a roupa” - por roupa leia-se uma bandeira da UE e outra da Geórgia, presas a uma corda com molas, fora da sua janela, tornou-se viral.

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