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Kamala Harris e Donald Trump ignoram bloqueio a Cuba, mas o assunto embaraça os Estados Unidos na ONU

Kamala Harris e Donald Trump ignoram bloqueio a Cuba, mas o assunto embaraça os Estados Unidos na ONU
DREW ANGERER / GETTY IMAGES

O embargo dos Estados Unidos a Cuba começou por ser uma decisão que obedecia à lógica da Guerra Fria. Passados mais de 60 anos, aquele que é o símbolo maior da hostilidade entre os dois países não só não produziu resultados como se tornou moralmente injustificável. Nos últimos anos, na Casa Branca, só Barack Obama tentou relaxar a política em relação a Cuba. Com o assunto ausente das campanhas das presidenciais americanas deste ano, as Nações Unidas preparam-se para votar uma tradicional resolução que pede o fim do embargo a Cuba. No ano passado, só dois países estiveram ao lado de Washington

Margarida Mota

Jornalista

O bloqueio dos Estados Unidos à ilha de Cuba dura há mais de 60 anos. A sua origem remonta aos anos quentes da Guerra Fria, quando, a 3 de fevereiro de 1962, o Presidente John Fitzgerald Kennedy decretou um “embargo a todo o comércio com Cuba”.

A medida visava conter a ameaça comunista recém-instalada no “quintal americano” e forçar a uma mudança de regime. Três anos antes, uma revolução socialista liderada por Fidel Castro triunfara em Havana, derrubara a ditadura de Fulgencio Batista e colocara o país na esfera de influência da União Soviética. Os cubanos cedo ficaram sob novo regime autoritário, desta vez comunista.

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