Antes e depois do primeiro debate presidencial entre Joe Biden e Donald Trump, as dúvidas quanto à capacidade cognitiva e à idade demasiado avançada para o cargo eram quase sempre colocadas sobre o Presidente dos Estados Unidos. Com Biden fora da corrida e com Kamala Harris a encabeçar uma campanha à base de alegria e “vibes”, essas dúvidas viraram-se para Trump que — embora já se dispersasse e tropeçasse nos discursos —, tem demonstrado uma perda clara de ritmo e de coerência.
Só no último mês, em comícios e entrevistas, Donald Trump já se queixou de moscas no púlpito e de tubarões na costa; congratulou-se por ter levado o público “aos saltos” no debate (apesar do debate não ter tido público); criticou os apresentadores de ‘talk-shows’ e pediu o regresso de Johnny Carson (que morreu há 20 anos); continua a dizer que “Hannibal Lecter” é um “grande tipo” (apesar de ser uma personagem do filme “O Silêncio dos Inocentes”); elogiou as suas apetências no golfe e o seu corpo “lindo”; falou do Canal do Panamá para dizer que devia haver nove maravilhas do mundo; condenou os preços elevados do bacon devido à “energia eólica”; disse que passou um “grande dia no Louisiana” quando passou o dia na Geórgia; e alertou que, com Kamala Harris no poder, a Carolina do Norte ficaria “sem vacas” e “sem pessoas”.
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