Na convenção democrata em Chicago, não serão apenas as personalidades do partido a discursar. Nas últimas 24 horas, vários republicanos que se opõem ao candidato presidencial Donald Trump revelaram que apoiarão Kamala Harris, preparando-se mesmo para subir ao palco do United Center esta semana, para explicar por que consideram que os conservadores deveriam juntar-se no apoio a Harris.
Dois oradores com que a convenção democrata poderá contar são mesmo de estados-chave, adianta a “CNN”, que revelou os seus nomes: John Giles, autarca de Mesa, no Arizona, e Geoff Duncan, antigo vice-governador da Georgia. De acordo com uma fonte ouvida pela “CNN”, Duncan terá um discurso “proeminente” na noite de quarta-feira, dirigido muito em particular para os republicanos “fartos” de terem de desculpar-se pelas ações de Trump.
O antigo vice-governador da Georgia será acompanhado por Olivia Troye, antiga responsável de segurança nacional de Trump na Casa Branca, que se juntou a Harris para um evento em Michigan, alguns dias antes de Joe Biden desistir da corrida. Stephanie Grisham, que serviu como secretária de imprensa da Casa Branca durante a liderança de Trump, também discursará na Convenção Nacional Democrata em Chicago. O antigo deputado de Illinois Adam Kinzinger falará na noite de quinta-feira, antes de Harris. Por outro lado, o ex-governador de Ohio, John Kasich, um republicano que falou na convenção democrata de 2020, por vídeo, não falará na reunião deste ano.
John Giles, do Arizona, justificou que os acontecimentos de 2020 e 2021 o afastaram irremediavelmente do antigo Presidente dos Estados Unidos. “Fui republicano durante toda a minha vida. Mas, desde que Donald Trump se recusou a aceitar os resultados das eleições de 2020, o Partido Republicano mergulhou cada vez mais no extremismo político.”
Apesar de ter cortado relações com Trump após o ataque ao Capitólio de 6 de janeiro, e de considerar que o seu regresso ao poder é uma ameaça à Constituição, a republicana Liz Cheney não deverá falar, informa a “CNN”. O pai, o antigo vice-presidente Dick Cheney, declarou que “nunca houve uma ameaça maior à república do que Donald Trump”, mas não comentou as eleições deste ano. George W. Bush, o único outro Presidente republicano vivo, criticou Trump em privado, mas também não falou publicamente sobre o seu sentido de voto.
Nos planos dos democratas está ainda a inclusão na convenção de um vídeo do antigo ativista do movimento MAGA ["Make America Great Again"] Rich Logis, e comentários de Kyle Sweetser, um republicano do Alabama.
Apelar aos republicanos para proteger a democracia foi uma parte fundamental da estratégia de Biden antes de encerrar a sua candidatura à reeleição. De acordo com a “CNN”, há republicanos anti-Trump em cada um dos estados cruciais para definir a corrida presidencial.
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