Eleições americanas 2024

86 segundos: foi este o tempo que a polícia demorou para reagir ao atirador no comício de Trump

O ex-Presidente tenta proteger-se do ataque
O ex-Presidente tenta proteger-se do ataque
Anadolu/Getty Images

Um novo vídeo traz ainda mais dúvidas sobre as supostas falhas de segurança na tentativa de assassinato do ex-Presidente Donald Trump. A polícia é alertada pelos espectadores, mas não intervém (apesar de se ver Thomas Matthew Crooks posicionado para disparar no telhado)

Tiago Palma

Jornalista

Enquanto se discute se houve ou não houve uma falha dos Serviços Secretos norte-americanos, e enquanto o Presidente Biden e o secretário de Segurança Interna dos EUA prometem uma “investigação independente” à tentativa de assassinato de Donald Trump, sábado passado, na Pensilvânia, um novo vídeo pode aumentar a discussão e pressionar a investigação.

Dele se conclui que os snipers terão demorado longos 36 segundos (a partir do momento em que há o primeiro disparo) a abater Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, que feriu Trump e outras duas pessoas, matando uma quarta. Segundo o “Washington Post”, que fez uma detalhada análise deste novo (e mais longo) vídeo, a polícia é alertada durante 86 segundos e Crooks é abatido ao fim de dois minutos e dois segundos, contados a partir do começo da gravação.

O vídeo corrobora também os relatos de diversas testemunhas que apontam falhas sérias à segurança, como aquela que foi ouvida pelo Expresso — e que recorda que se “circulava livremente sem qualquer tipo de policiamento” no comício —, percebendo-se no vídeo que o atirador, já armado, é visto a subir ao telhado de uma fábrica equipamentos industriais e a posionar-se para disparar.

Enquanto isso, os espectadores alertam repetidamente a polícia do perigo — “Polícia! Polícia! Ele está no telhado!” —, aproximando-se mesmo um agente daquele local, mas sem intervir de imediato.

Enquanto não há resultados do inquérito, a diretora dos Serviços Secretos dos EUA, Kimberly Cheatle, fez questão de agradecer aos agentes que no domingo se esforçaram por rapidamente colocar o ex-Presidente Trump em segurança.

Já o candidato republicano tem vindo a usar aquele incidente ao nível da propaganda política, considerando-o “um milagre”, e utilizando-o igualmente para (recorrendo à imagem icónica do rosto ensanguentado e punho em riste) angariar mais fundos para a campanha.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: tpalma@expresso.impresa.pt

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