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Mind the Vote

Mind The Vote #1. Uma carta de Berlim e o potencial golpe duro de Farage aos trabalhistas

Este primeiro “Mind the Vote”, a atualização diária do Expresso sobre a campanha eleitoral que segue a todo o vapor no Reino Unido, contém nostalgia, uma conversa com um artista alemão, poesia de um irlandês famoso e um nome muito sugestivo para um novo menu do McDonald's. Faltam 31 dias para as legislativas mais importantes em pelo menos uma geração

Mind The Vote #1. Uma carta de Berlim e o potencial golpe duro de Farage aos trabalhistas

Ana França

Jornalista da secção Internacional

Este é o primeiro “Mind The Vote”, o diário de campanha eleitoral no Reino Unido que o Expresso vai lançar todos os dias às 19h00, mas esta repórter já se sente nostálgica - o que até é natural na medida em que já lá vão cinco anos de acompanhamento quase diário da atualidade britânica.

Ainda ontem, nas memórias que o Facebook nos envia para inflamar a nossa veia saudosista, reparei que tinha partilhado um artigo da “Economist” de maio de 2015, poucos dias depois da vitória de David Cameron nas legislativas britânicas, e subsequente cumprimento da antiga promessa de oferecer um referendo sobre a continuidade - ou não - do Reino Unido como membro da União Europeia. Chegados que (quase) estamos à “mãe de todas as eleições”, olhamos para trás e reparamos que estes próximos 31 dias são mesmo muito importantes - podem voltar a revirar a história, não só a do país como a do projeto europeu. Três dos principais partidos britânicos (liberais-democratas, trabalhistas e nacionalistas escoceses) assumem que vão voltar a pedir ao país que diga ‘sim’ ou ‘não’ à UE num segundo referendo, o que quer dizer que existe a hipótese - ainda que mínima, a julgar pelas sondagens - de que fique tudo como está, com os britânicos europeus e tudo.

Este primeiro resumo da campanha não está a ser escrito nem a partir de Londres, nem a partir de Lisboa, mas de Berlim. O coração dividido do mundo durante a Guerra Fria pulsava em Berlim, nos seus aurículos e ventrículos. Da operação que voltou a uní-los restam poucas cicatrizes físicas, uma dupla linha de paralelos negros marca o local onde o Muro estava, mas 30 anos não é tempo suficiente para apagar as memórias da cisão que se processa nas almas dos habitantes separados uns dos outros. Em Alexanderplatz, durante as comemorações dos 30 anos da queda do Muro, uma projeção de vídeo de cerca de 15 minutos mostra os momentos imediatamente antes do fim desta divisão e o realizador, Majo Ussat, diretor da empresa URBANSCREEN, alemão de Bremen, hoje com 45 anos, lembra-se de estar em casa a ver tudo pela televisão. “Estava com os meus pais e já tinha noção de tudo. Sabia que dali a poucos dias os meus primos e tios estariam connosco”, conta. No estúdio trabalham alemães, portugueses, iranianos e colombianos.

A eventual saída do Reino Unido na UE é, para Ussat, como se outro muro se erguesse: “Há milhares de europeus sem certezas quanto ao seu futuro lá e milhares de britânicos sem certezas quanto a seu futuro cá. Lá porque o Reino Unido é uma ilha não quer dizer que no mar não se possam erguer muros”. Na parede do prédio passam imagens da conferência de imprensa em que Günter Schabowski, na altura o ministro da RDA com a pasta dos fluxos migratórios, anuncia, sem querer, que os alemães de leste são “imediatamente” livres de passar o Muro. Ussat diz que a pesquisa que fez para este trabalho, quatro meses de investigação, recolha de filmagens em arquivos privados e públicos, entrevistas com dezenas de membros da oposição, lhe mostraram que “a arte e a cultura que partilhamos são armas muito poderosas de união, mais do que muitas ideologias, e por isso só vamos conseguir derrubar muros se continuamente mostrarmos aquilo que nos torna iguais”.

Mas então, uma vez na vida
A maré de justiça
Tantas vezes sonhada
Eleva-se
E História passa a rimar com Esperança

Esta estrofe, parte do livro de poesia/peça de teatro "The Cure at Troy", é de Seamus Heaney, poeta irlandês que entendeu que quando a tal coisa enorme, presa, ofegante mas silenciosa se solta, toda a História é arrastada no seu caudal. Assim foi com o desejo de mais de 17 milhões de pessoas que decidiram votar pelo Brexit mas uma outra coisa também é certa, sendo o oposto da primeira: o Reino Unido tem hoje uma quantidade de europeístas - e uma manifestação pública desse europeísmo - que não se vê nas ruas de outros países europeus muito mais em paz com o facto de pertencerem à UE: Portugal, Alemanha, Holanda, Bélgica são apenas alguns exemplos. Afinal Heaney era irlandês, mais um povo familiarizado com barreiras. Sobre barreiras - as físicas, as visuais, as emocionais, as negociais -, se algum dos leitores que nos lê hoje se encontrar por Berlim até dia 19 de janeiro a exposição “Walking Through Walls”, no Gropius Bau, é absolutamente imperdível.

A primeira semana de campanha no Reino Unido também foi de cisões, principalmente para os trabalhistas de Jeremy Corbyn: dois pesados nomes trabalhistas, Ian Austin and John Woodcock, aconselharam os britânicos a votar em Boris Johnson por não considerarem Corbyn “capaz de liderar um país”. É um golpe duro para qualquer líder quando passa cá para fora que nem os nomes principais do próprio partido apoiam a sua liderança. As consequências reais destas deserções no número de votos no ‘labour’ não são possíveis de calcular mas o anúncio de Nigel Farage, líder do Partido do Brexit, de que não vai lançar quaisquer deputados em 317 localidades para não dividir o voto eurocético, é bastante mais preocupante na medida em que, pelo menos nestes assentos, não há o “medo” do extremismo de um “no deal” “à la Farage” e o acordo que Johnson já negociou com Bruxelas pode figurar como opção aceitável para quem, de entre os eleitores trabalhistas, prefere a saída ordeira. Mas como nunca nada é preto e branco, Dan Sabbagh argumenta, num artigo para o “The Guardian”, que esta tomada de posição de Farage não é nenhuma tragédia já que há, pela primeira vez desde que as sondagens para estas eleições começaram, mais eurocéticos trabalhistas dispostos a votar ‘Labour’ (15%) do que no Partido do Brexit (12%), isto apesar de, naturalmente, haver muito mais eleitores do universo ‘leave’ (66%) a considerar votar nos conservadores.

Johnson já anunciou novos vistos para acelerar a entrada de médicos e enfermeiros estrangeiros no país após o Brexit, enquanto Corbyn divulgou um pacote de medidas para melhorar as condições de trabalho das mulheres, incluindo um plano para reduzir as disparidades salariais entre homens e mulheres e aumentar o dinheiro que recebem durante a licença de maternidade. Mas os conservadores também não ficaram imunes a escândalos: Antony Calvert, deputado por Wakefield (que não vai voltar a concorrer) fez comentários pouco simpáticos quanto ao “feminismo que não serve para nada” e disse que Kadafi podia ter-se escondido em Bradford que ninguém daria por ele, uma alusão à grande percentagem de muçulmanos da cidade britânica.

Foto do Dia

Uma série de greves e manifestações correram o país entre sexta e domingo no Reino Unido: funcionários públicos, trabalhadores de call-centers e empregados em algumas cadeias de restauração juntaram-se para pedir o direito à organização sindical, a mais proteção na doença e na maternidade e paternidade e também por um salário de 15 libras por hora (mínimo). Vários representantes dos trabalhistas se juntaram aos protestos, nomeadamente Keir Starmer, o ministro na sombra para o Brexit.
Dan Kitwood

A frase

“Se havia um grande clamor pelo Brexit na sociedade? Não havia. Era uma coisa que fazia comichão ao seu próprio partido mas não era uma exigência do público. Foi uma manobra em interesse próprio”, afirmou John Bercow, ex-presidente dos Câmara dos Comuns, sobre a decisão de David Cameron em prometer um referendo. Esta frase é apenas uma das muitas que se podiam cortar e colar em qualquer frigorífico de qualquer casa europeísta. Bercow deu uma entrevista ao “The Observer” poucos dias depois de ter deixado o cargo, ou seja, de ter deixado de ter de fingir ser imparcial em relação ao Brexit.

Uma história fora do radar

Só para termos noção do quão imprevisível é o voto no Reino Unido quando o assunto é Brexit, fica esta pequena história, passada em Harlow, em Sussex, no sudeste inglês. No referendo, quase 70% dos habitantes desta localidade votaram para sair da UE mas, um ano depois, em 2017, durante as eleições gerais, elegeram como seu representante o conservador Robert Halfon, um homem que fez campanha pela permanência do Reino Unido, de forma aberta. E não foram poucos os que escolheram um “remainer” como representante: Halfon venceu com uma maioria de 7000 votos.

Naftalina eleitoral

Em 2010 ainda havia pessoas na fila para votar bem depois de as urnas terem fechado, às 22h00, pelo que tiveram de se manter abertas até que não houvesse mais ninguém para votar. Numa época em que a televisão promete que as primeiras previsões serão exatamente à hora do fecho das urnas, não faltaram comentadores frustrados no Twitter a queixarem-se do compasso de espera que necessariamente teriam de impôr às suas importantíssimas análises. Mas fique o leitor sabendo que, no século XVIII, as eleições chegavam a durar duas semanas, para permitir que eleitores de áreas periféricas viajassem para votar. Sem a voragem da comunicação acelerada não havia necessidade de eleições ao mesmo tempo, e muitas vezes havia um início escalonado no processo de votação em todo o país. De facto, só em 1918 é que as eleições se passaram a realizar no mesmo dia.

Percentagem do dia

Uma nova pesquisa da Datapoll mostra que 53% dos britânicos, se pudessem, viajariam no tempo para evitar que o referendo ao Brexit se realizasse de todo, independentemente do sentido do seu voto: 16% dos eleitores do Partido do Brexit preferiam que o referendo não tivesse acontecido e 25% da generalidade dos eurocéticos também.

Saído do manifesto

Bom, dos manifestos assim oficiais ainda não é possível extrair coisa alguma porque ainda não são conhecidos. Os vários partidos já têm, porém, sacado uns trunfos durante os comícios destes primeiros dias de campanha. Angela Rayner, que será muito provavelmente ministra da Educação se o ‘Labour’ for governo, apresentou algumas ideias do partido para esta pasta. “Estas são algumas das medidas mais radicais que o ‘labour’ vai propor, avisou. E depois explicou que o partido pensa criar um sistema de educação gratuito para todos os adultos que decidam voltar a estudar, até um máximo de seis anos.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: afranca@impresa.pt

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