“Uma das coisas que aprendemos é que é possível ter alguns dos elementos de uma democracia, mesmo que a maioria das normas democráticas tenha sido eliminada.” Quem o diz é Donald Moynihan, professor de políticas públicas na Faculdade Ford (Michigan). Reconhece a dificuldade de gritar que “vem aí o lobo” quando as pessoas não veem Adolf Hitler à sua frente.
O antigo presidente do departamento de políticas públicas da Faculdade McCourt da Universidade de Georgetown defende que hoje os regimes autoritários assumem outras formas, com desafios mais geríveis. Em entrevista ao Expresso, Moynihan, que tem apresentado, ao longo dos anos, a sua investigação a decisores políticos do Gabinete de Administração e Orçamento dos Estados Unidos da América (EUA), do Banco Mundial, da Organização Mundial de Saúde, das Nações Unidas e da OCDE, garante que não há simetria entre a “esquerda” americana e a extrema-direita, até porque é a direita radical que “neste momento, controla o Governo nos Estados Unidos e está a usar o poder para atingir supostos inimigos de uma forma que não se compara com o que quer que Joe Biden ou Barack Obama tenham feito”.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt