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Trump diz que mudança de empresas da UE para os Estados Unidos evita sanções

Trump diz que mudança de empresas da UE para os Estados Unidos evita sanções
Getty Images

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje que as empresas da União Europeia (UE) deverão mudar-se para os Estados Unidos, tornando dispensáveis as tarifas alfandegárias de 50% com que horas antes ameaçou os 27.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje que as empresas da União Europeia (UE) deverão mudar-se para os Estados Unidos, tornando dispensáveis as tarifas alfandegárias de 50% com que horas antes ameaçou os 27.

O bloco comunitário escapará às tarifas porque "o que fará é enviar as suas empresas para os Estados Unidos e construir as suas fábricas", disse Trump, cuja anterior ameaça causou indignação e preocupação na Europa.

No seu perfil na rede Truth Social, o Presidente norte-americano afirmou hoje que as negociações comerciais com a UE "não estão a dar frutos" e recomendou a imposição de uma tarifa de 50% sobre os produtos europeus a partir de 01 de junho.

"As nossas negociações com eles não estão a dar frutos! Por isso, recomendo uma tarifa direta de 50% para a União Europeia a partir de 01 de junho de 2025", anunciou Donald Trump, acrescentando que "não será aplicada qualquer tarifa se o produto for fabricado nos Estados Unidos".

Numa conferência de imprensa na Casa Branca, o Presidente republicano disse mais tarde ter "a certeza de que a UE quer fazer um acordo com todas as suas forças, mas não o está a fazer bem".

Questionado sobre o que a UE deve fazer para evitar uma taxa de 50%, 40 pontos acima do nível transitório em vigor, Trump disse não saber.

O Presidente norte-americano repetiu que a Europa impede a entrada de produtos norte-americanos, como os automóveis, enquanto os Estados Unidos permitem a entrada de veículos europeu.

"Está na altura de jogar este jogo da forma que eu sei jogar", afirmou.

Trump também voltou a criticar as acções judiciais intentadas na Europa contra grandes empresas norte-americanas, como a Apple.

"Eles usam isto como uma arma e, na verdade, usam-no como uma angariação de fundos. É quase como um mecanismo de angariação de fundos. Além disso, estão a utilizar tarifas não monetárias e muitas outras medidas comerciais", disse Trump.

Desde que regressou à Casa Branca, em janeiro, Trump tem visado especialmente a China e a UE em questões comerciais.

Depois de ter anunciado, a 09 de abril, uma "trégua" na aplicação daquilo a que chama "tarifas recíprocas" a Bruxelas e a outros parceiros comerciais, a UE também decidiu suspender a ativação de medidas de retaliação.

Recentemente, ambas as partes concordaram em intensificar as negociações técnicas para chegar a um acordo.

Os países europeus reagiram hoje com indignação e preocupação à ameaça de tarifas de 50%, com o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Johann Wadephul, a afirmar que seriam prejudiciais para ambos os lados do Atlântico.

"Continuamos a confiar nas negociações" lideradas pela Comissão Europeia, acrescentou o chefe da diplomacia alemã numa conferência de imprensa em Berlim.

A partir de Paris, o ministro delegado do Comércio Externo de França, Laurent Saint-Martin, pediu uma desescalada neste conflito, mas reiterou que a UE está preparada para responder às decisões de Trump.

"As novas ameaças de Trump de aumento das tarifas não ajudam em nada durante o período de negociações entre a União Europeia e os Estados Unidos. Mantemos a mesma linha: desescalada, mas estamos prontos para responder", escreveu Saint-Martin numa mensagem na rede social X.

Também o primeiro-ministro irlandês, Michéal Martin, disse hoje que as tarifas norte-americanas de 50% sobre os produtos europeus irão "prejudicar seriamente" a relação comercial UE-EUA, lamentando as ameaças de Donald Trump.

A Irlanda alberga a maioria das sedes europeias de gigantes tecnológicos norte-americanos, como a Apple, a Google e a Meta, graças ao seu atrativo sistema fiscal.

Para já, a Comissão Europeia não quis comentar as declarações de Trump.

A ameaça provocou fortes quedas nas bolsas de mercados na Europa, mas também nos Estados Unidos, enquanto o euro subiu hoje face ao dólar, atingindo a barreira dos 1,13 dólares.

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