Politóloga italiana na Universidade da Columbia, em Nova Iorque, Nadia Urbinati estuda há décadas o pensamento político moderno e contemporâneo e as tradições democráticas e antidemocráticas. O que vê nascer com a reeleição de Donald Trump e a respetiva aliança com o multimilionário e empresário da tecnologia Elon Musk é “algo novo que tem impacto fora de um Estado”. A pensadora alerta para o poder de controlar as mentes, que, mais do que oligárquico, é hegemónico. Por isso, o aviso que lança, nesta entrevista ao Expresso, é também dirigido à União Europeia: o intuito de destruí-la é dos poucos pontos fixos na agenda política dos novos (ou renovados) líderes.
Urbinati copresidiu ao Seminário sobre Pensamento Político e Social do Corpo Docente da Universidade de Columbia e foi coeditora, com Andrew Arato, da revista académica "Constellations: An International Journal of Critical and Democratic Theory” [Constelações: Um Jornal Internacional de Teoria Crítica e Democrática]. Já lecionou em Princeton, na Universidade Bocconi (Milão), SciencesPo (Paris) e UNICAMP (Brasil). Foi distinguida pelo Presidente da República italiana com uma comenda, em 2008. Em 2004, o seu volume “Mill on Democracy” recebeu o Prémio David and Elaine Spitz, tendo sido considerado o melhor livro de teoria liberal e democrática publicado em 2002. Em 2020, "Me the People" [Eu, o Povo] recebeu o Prémio Internacional Capalbio. Urbinati tem provado ao longo dos anos que os seus avisos não são de desprezar.
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