Era Donald Trump Presidente dos Estados Unidos quando, no dealbar de 2020, o mundo se viu mergulhado numa pandemia da qual pouco ou nada se sabia. Faltavam ventiladores, faltavam camas de hospital, faltavam testes que pudessem diagnosticar o novo coronavírus. Até nos países mais desenvolvidos era este o cenário. Segundo o novo livro do jornalista de investigação Bob Woodward, que denunciou o escândalo do Watergate com Carl Bernstein, Trump enviou testes a Vladimir Putin por um canal secreto, precisamente quando estes estavam em falta nos Estados Unidos.
O Presidente russo aceitou a mercadoria, mas avisou Donald Trump que não devia divulgar a doação, para não se prejudicar politicamente. “Eu não quero que diga a ninguém porque eles vão ficar é zangados consigo, não comigo”, disse Putin, segundo documentos a que o repórter do “Washington Post” teve acesso e que revela no seu livro “War”.
Ainda hoje os dois homens falam com frequência, segundo uma fonte anónima citada por Woodward, que avança terem existido pelo menos sete telefonemas nos últimos quatro anos. Outras fontes lançam algumas dúvidas sobre a alegada robustez da relação entre Putin e Trump. Quando o último quer voltar à Casa Branca e o primeiro está em guerra com a Ucrânia e conta para isso com um dos arqui-inimigos dos Estados Unidos, o Irão, é natural que o assunto da amizade entre ambos seja utilizado pelos democratas como tema de campanha.
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