Trump foi alvejado e ferido durante um comício, atirador foi abatido e um apoiante do ex-Presidente morreu
Drew Angerer/Getty Images
Candidato republicano sangrava de um ouvido enquanto era retirado do local por agentes dos serviços secretos. O autor do ataque foi abatido e uma pessoa que assistia ao comício morreu, de acordo com o procurador local. Joe Biden manifestou-se grato por Trump estar “seguro e bem”
Elementos dos serviços secretos dos Estados Unidos retiraram Donald Trump de um comício que estava a realizar neste sábado em Butler, no estado da Pensilvânia, depois de se terem escutado estrondos, em resultado do disparo de diversos tiros. O candidato republicano às eleições presidenciais de novembro próximo foi socorrido pelos agentes depois de ter caído no chão e imagens mostram-no a sangrar de uma orelha devido ao facto de ter sido atingido de raspão.
O procurador local, Richard Goldinger, revelou que o atirador foi abatido e que uma pessoa que assistia ao comício morreu em consequência de ter sido baleada. Agentes da polícia revelaram à CNN Internacional que o atirador se posicionou num telhado, fora do recinto onde decorria o evento político. A Associated Press citou duas fontes policiais para noticiar que o caso está a ser investigado como uma tentativa de assassinato, numa colaboração entre os serviços secretos e o FBI.
Trump estava consciente enquanto era retirado do palco e ergueu o punho para a multidão que assistia ao evento, gritando: “mantenham-se firmes”. Os elementos da segurança conduziram-no para um veículo e para fora do espaço onde estava a decorrer o evento de campanha. A CNN Internacional, que mostra neste vídeo o momento em que foram escutados os disparos e em que Trump e os participantes no comício procuraram proteção, noticiou que elementos da agência para o álcool, tabaco, armas de fogo e explosivos foram já enviados para o local.
Joe Biden, que foi questionado por repórteres à saída de uma igreja no estado do Delaware, afirmou, na altura, desconhecer a situação e não ter sido ainda informado. Entretanto, a Casa Branca emitiu um esclarecimento a dar conta de que o Presidente estava a ser colocado a par da situação.
Num comunicado, o Presidente referiu, depois, estar “grato” por saber que Trump se encontrava “seguro e bem”: “não há lugar para esse tipo de violência na América. Devemo-nos unir como uma nação para condená-la”. Mais tarde, Joe Biden surgiu perante as câmaras para voltar a condenar o ataque e afirmar estar na expectativa de conseguir falar com Trump. “Tentei falar com Donald", disse o Presidente, mas “ele está com os médicos”. Questionado sobre se acreditava que Trump foi vítima de uma tentativa de assassinato, respondeu: "Não sei o suficiente... Tenho uma opinião, mas não tenho factos".
Responsáveis da campanha de Biden estão a trabalhar para suspender “o mais rapidamente possível” os anúncios televisivos e outras iniciativas de comunicação, presumivelmente críticas de Trump.
O jornal britânico ‘Guardian’ cita um porta-voz do ex-Presidente, Steven Cheung, segundo o qual Trump está a ser avaliado num centro médico local, encontrando-se “bem”. O mesmo elemento da equipa de Trump adiantou que o candidato republicano à reeleição “agradece às autoridades policiais e aos socorristas pela rápida ação durante esse ato hediondo”.
Republicanos e democratas repudiam ataque
Vários aliados de Donald Trump e possíveis candidatos a vice-presidente expressaram o seu apoio em mensagens no Twitter.
Do lado dos democratas também surgiram reações de apoio. Barack Obama divulgou uma mensagem em que condenou a violência e afirmou que “todos devemos estar aliviados por o antigo Presidente Trump não estar seriamente ferido”. Obama desejou uma rápida recuperação e acrescentou que o momento deve ser aproveitado para reforçar o compromisso com a “civilidade e o respeito” na política.
Chuck Schumer, líder democrata no Senado, afirmou estar “horrorizado” com o incidente no comício de Trump e condenou a violência política. “Estou horrorizado com o que aconteceu e aliviado que o ex-Presidente Trump está seguro. A violência política não tem lugar no nosso país”, afirmou, citado pela CNN.
O líder democrata na Câmara de Representantes, Hakeem Jeffries, afirmou: “Os meus pensamentos e orações estão com o ex-presidente Trump. Agradeço a resposta rápida das forças de segurança. A América é uma democracia. A violência política de qualquer tipo nunca é aceitável.” Josh Shapiro, governador da Pensilvânia eleito pelo Partido Democrático, também reagiu aos acontecimentos, repudiando a “violência política”.
Vários líderes internacionais expressaram igualmente a sua solidariedade nas redes sociais, entre eles o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a presidente das Honduras, Xiomara Castro de Zelaya, e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.