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Começou com uma gafe, mas sólido no conteúdo: análise à conferência de imprensa mais importante da vida de Biden, pergunta por pergunta

Começou com uma gafe, mas sólido no conteúdo: análise à conferência de imprensa mais importante da vida de Biden, pergunta por pergunta
Andrew Harnik

Só aos 20 minutos da conferência de imprensa desta quinta-feira é que Joe Biden pôde respirar, e responder a uma pergunta não-relacionada com a montanha de dúvidas que têm surgido sobre a deterioração das suas capacidades intelectuais e físicas para continuar à frente dos destinos dos Estados Unidos. Foram 58 minutos duríssimos para o Presidente dos Estados Unidos, que começaram logo com mais um embaraço. Porém, a consistência das suas opiniões sobre política externa e economia e a forma relativamente desembaraçada como se foi expressando, rindo à gargalhada mais do que uma vez, aliviaram a nuvem negra. Das 13 perguntas que lhe foram feitas, apenas um repórter, polaco, não o questionou sobre a sua capacidade para continuar na corrida à Casa Branca

Começou com uma gafe, mas sólido no conteúdo: análise à conferência de imprensa mais importante da vida de Biden, pergunta por pergunta

Ana França

Jornalista da secção Internacional

Os jornalistas que acompanham os temas da presidência dos Estados Unidos — o chamado “corpo de imprensa da Casa Branca” — entraram na conferência de imprensa de Joe Biden, no rescaldo da cimeira na NATO, carregando duas semanas de frustração com o aparelho de comunicação do chefe de Estado. Ainda bem fresco na memória está o debate entre Biden e Donald Trump, a 27 de junho, mas ninguém conseguiu obter, desde então, respostas diretas e clarificadoras sobre os indícios que sugerem deterioração da destreza cognitiva do homem que é e quer continuar a ser, por mais quatro anos, Presidente da nação mais poderosa do mundo.

Não é todos os dias que os jornalistas escrevem sobre si mesmos, mas esta quinta-feira a CNN fez isso: foi ouvir os repórteres que acompanham de perto os passos de Biden. O artigo em causa demonstra quão difícil essa tarefa se tornou desde o debate. “É um período em que o público está a tentar compreender o que aconteceu”, disse Kelly O’Donnell, da NBC, a 2 de julho “E o Presidente poderia ajudar a responder a isso, aceitando responder a perguntas, sem ter guião.”

Desde o dia em que Biden e Trump se defrontaram na televisão, têm circulado notícias de todo o tipo, incluindo a de que Biden estaria a receber tratamento para a doença de Parkinson. A Casa Branca desmente essa informação. Outras, como a visita de neurologistas à residência presidencial , foram primeiro negadas e depois confirmadas, o que contribuiu para aumentar a desconfiança entre os repórteres e os assessores do Presidente.

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