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Hunter Biden, filho do Presidente dos EUA, considerado culpado por posse ilegal de arma

Hunter Biden, filho do Presidente dos EUA, considerado culpado por posse ilegal de arma
Anna Moneymaker/Getty Images

A decisão do júri surge numa altura em que a campanha de Joe Biden procura enaltecer a condenação de Donald Trump no seu próprio processo, e pode significar um difícil revés na retórica em torno de cadastros criminais e da justiça

Hunter Biden, o filho do Presidente dos Estados Unidos, foi considerado culpado por três crimes por um tribunal em Wilmington, no Delaware, com a decisão do júri desta terça-feira a culminar um longo e controverso processo sobre o passado problemático do segundo filho de Joe Biden.

Segundo a justiça norte-americana, Hunter Biden cometeu três crimes de posse ilegal de armas de fogo em 2018, quando estava sob a influência de estupefacientes, durante uma fase da vida em que consumia ‘crack’. Os hábitos pessoais do único filho sobrevivente do Presidente - o mais velho, Beau, morreu de cancro em 2015 - foram um dos pontos mais explorados ao longo do julgamento, especialmente pelos republicanos.

Ainda não há data para o anúncio da sentença. Segundo o New York Times, a pena pelos crimes de que foi acusado pode chegar aos 25 anos de prisão mas, por não ter antecedentes criminais violentos e por não ter usado as armas de fogo, é altamente improvável que Hunter Biden seja condenado a uma pena efetiva.

Na audiência em que foi anunciada a decisão do júri, a NBC News relata que Hunter Biden reagiu sem qualquer emoção à confirmação de que tinha sido considerado culpado, anuindo após a leitura do acórdão.

A condenação pode ser um duro golpe para a campanha presidencial de Joe Biden, que procura apresentar-se como o oposto do criminoso Donald Trump, que foi considerado culpado no seu próprio processo em Nova Iorque, no mês passado.

Antes do julgamento, Hunter Biden declarou-se inocente das três acusações relativas à compra da arma de fogo, e os seus advogados acusaram o Departamento de Justiça de ceder à pressão dos republicanos, indignados com o que consideram ser uma “perseguição política” contra Trump.

Na semana passada, os advogados de Hunter Biden chamaram a depor três testemunhas, incluindo a sua filha Naomi, para tentar demonstrar que ele não se considerava um toxicodependente quando preencheu o formulário.

O caso pôs em evidência um período turbulento na vida de Hunter Biden após a morte do seu irmão, Beau, em 2015.

Uma testemunha-chave para os procuradores foi a viúva de Beau, Hallie, que teve uma relação breve e conturbada com Hunter depois da morte do marido. Hallie disse ter encontrado a arma descarregada na carrinha de Hunter e ter entrado em pânico, atirando a arma para o lixo de uma mercearia, onde um homem inadvertidamente a recuperou.

A defesa sugeriu que Hunter Biden estava a tentar mudar a sua vida na altura da compra da arma, tendo concluído um programa de desintoxicação e reabilitação no final de agosto de 2018.

O Presidente norte-americano Joe Biden afirmou, na semana passada, que aceitaria o veredicto do júri e excluiu a possibilidade de um perdão presidencial ao seu filho.

No verão passado, assumia-se que Hunter iria evitar a acusação no caso da arma, mas o acordo com os procuradores ficou sem efeito depois de o juiz, nomeado por Trump, ter levantado preocupações sobre o assunto.

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