EUA

Biden “apanha” Trump na última sondagem do “New York Times”, mas norte-americanos veem erros graves em ambos

Biden “apanha” Trump na última sondagem do “New York Times”, mas norte-americanos veem erros graves em ambos
BRENDAN SMIALOWSKI

A diferença entre Biden e Trump já foi maior, mas os dois candidatos às presidenciais norte-americanas deste ano continuam muito perto um do outro nas intenções de voto para que alguma conclusão muito definitiva se possa tirar. A mais recente sondagem publicada pelo diário norte-americano “New York Times” mostra que Biden tem agora 45% das intenções de voto, por comparação com as 46% de Trump, mas uma outra sondagem diz que os norte-americanos não estão realmente satisfeitos com nenhum dos dois

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está perto de apanhar o mais que certo candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, depois de um período em que algumas sondagens o apontavam consistentemente abaixo do seu principal oponente.

Numa nova sondagem do “New York Times” e Siena College, o democrata aparece com 45% das intenções de voto, contra os 46% do republicano. No final de fevereiro, Trump tinha uma vantagem mais robusta, de 48% para 43%, números de antes das primárias, quando ainda não se tinha tornado o quase certo candidato republicano.

O “New York Times” escreve que este caminho de Biden, ainda que curto, acontece num clima em que a base democrata começa a perceber que tem de se unir em redor do Presidente, independentemente das dúvidas que possam ter quanto à sua idade, quanto à economia, ao apoio à Ucrânia ou a Israel. “A subida de Biden parece resultar em grande parte da sua melhor posição entre os eleitores democratas tradicionais, uma vez que há agora uma maior percentagem de eleitores que o apoiaram em 2020 e que dizem que vão voltar a votar nele, do que havia há um mês. Biden está agora a conseguir garantir 89% dos seus apoiantes de 2020”. Trump consegue reter 94% dos seus antigos votantes, um valor muito alto.

Esta sondagem vem confirmar uma tendência que já há muito se vem desenhando: estas eleições vão ser mesmo muito disputadas, tal como as duas últimas eleições presidenciais, que, em alguns dos estados ‘baloiço’, que tanto podem votar nos democratas como nos republicanos, foram decididas por poucos milhares de votos.

A percentagem de eleitores que consideram que o país não está a caminhar numa boa direção é de 64% e quase 80% dos eleitores ainda classificam as condições económicas do país como “razoáveis ou más”, incluindo a maioria dos democratas. Os maiores problemas que os inquiridos identificam em cada um dos candidatos também não oferece surpresas: Biden é considerado demasiado velho, Trump está sob suspeita de ter cometido crimes.

Trump deve enfrentar os tribunais este mês, um momento nunca antes visto na história dos Estados Unidos, uma vez que nunca nenhum ex-Presidente enfrentou um processo penal. O antigo Presidente vai ser julgado em Manhattan pelo seu alegado papel num esquema de pagamentos, feitos antes das eleições de 2016, para silenciar uma ex-atriz pornográfica que garante ter-se envolvido com Trump sexualmente. Trump enfrenta ainda três outros julgamentos criminais em tribunais federais e na Geórgia pelos crimes de interferência nas eleições, conspiração e manuseamento incorreto de documentos confidenciais após ter saído da Casa Branca.

Estes quatro processos criminais juntam-se ainda a outros nos quais Trump terá de responder por difamação e má conduta sexual e por fraude empresarial.

Biden, por outro lado, enfrenta uma subida da inflação acentuada, depois de esta ter descido um pouco no início do ano.

Uma nova sondagem do AP-NORC Center for Public Affairs Research revela que mais de metade dos adultos americanos considera que a presidência de Biden prejudicou o país em matéria de custo de vida e imigração, enquanto quase metade considera que a presidência de Trump prejudicou o país em matéria de direitos de voto e segurança eleitoral, relações com países estrangeiros, leis sobre o aborto e alterações climáticas.

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