EUA

Trump prometeu um "banho de sangue" se não vencer as eleições, mas esclarece: "Referia-me à indústria automóvel"

Trump prometeu um "banho de sangue" se não vencer as eleições, mas esclarece: "Referia-me à indústria automóvel"
Jay Paul/Reuters

Na plataforma “Truth Social”, o ex-presidente dos EUA defendeu-se das críticas do Partido Democrata: “Os trabalhadores do sector automóvel perceberam perfeitamente o que quis dizer”, afirmou, após ser acusado de querer repetir o ataque ao Capitólio de 6 de janeiro

Trump prometeu um "banho de sangue" se não vencer as eleições, mas esclarece: "Referia-me à indústria automóvel"

Tiago Soares

Jornalista

“A comunicação social e o Partido Democrata “fingiram que estão chocados com o uso das palavras BANHO DE SANGUE, apesar de saberem que eu estava apenas a referir-me às importações permitidas pelo Desonesto Joe Biden, que estão a matar a indústria automóvel norte-americana.”

Foi assim que Donald Trump reagiu esta segunda-feira, na plataforma “Truth Social”, às críticas de que foi alvo no sábado: durante um comício no Ohio, o candidato republicano prometeu a criação de uma taxa de 100% sob carros de marcas chineses que sejam fabricados no México e depois importados para os Estados Unidos.

“Se eu for eleito” nas presidenciais de novembro, acrescentou – e isso não acontecer, “haverá um banho de sangue em todo o país, no mínimo”, afirmou perante a multidão. “Os trabalhadores do sector automóvel perceberam perfeitamente o que quis dizer”, afirmou depois, já na rede social que ajudou a fundar. Poucas horas depois, desafiou BIden para um debate.

A campanha democrata criticou as palavras de Trump: o ex-presidente republicano é um “falhado que perde por mais de 7 milhões de votos” que está a radicalizar o discurso e a “duplicar as suas ameaças de violência política”, lê-se num comunicado do gabinete de Joe Biden e Kamala Harris.

“Ele quer outro 6 de Janeiro, mas o povo americano vai dar-lhe mais uma derrota eleitoral em novembro porque continua a rejeitar o seu extremismo, a sua afeição à violência e a sua sede de vingança”, garantiram os candidatos democratas.

“Há aqui algo de errado. Sou bastante respeitadora do povo americano e da sua bondade, mas o que é que Trump tem de fazer mais para perceberem que ele não representa o nosso país?”, perguntou por sua vez Nancy Pelosi, ex-líder dos democratas na Câmara dos Representantes, em entrevista à CNN, no domingo.

Donald Trump venceu todos os candidatos internos na luta pela nomeação republicana, mas em quase todos os estados por margens mais pequenas do que apontavam as sondagens – mas isso pode não repetir-se nas previsões contra BIden que vão ser publicadas nos próximos meses, aponta um artigo do jornal “Politico” publicado este fim-de-semana.

Uma sondagem recente da Ipsos, publicada pela Reuters, indica que os dois candidatos estão praticamente empatados na corrida pelo próximo mandato na Casa Branca: 39% dos eleitores preferem Biden, e 38% optam por Trump. Há um grande número de indecisos. Além disso, 11% garantem que vão votar noutros candidatos, 5% preferem abster-se, e 7% ainda não escolheram ou preferem não revelar.

Biden tem na idade uma das principais fragilidades eleitorais, Trump está a braços com a justiça: o ex-presidente dos EUA informou esta segunda-feira um tribunal que não consegue pagar uma caução de 415 milhões de euros, após ter sido condenado num processo por fraude civil e que está em fase de recurso.

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