EUA

Julgamento contra Trump arranca a 25 de março, juiz negou pedido para que fossem retiradas acusações

Julgamento contra Trump arranca a 25 de março, juiz negou pedido para que fossem retiradas acusações
BRENDAN MCDERMID / POOL

Donald Trump enfrenta acusações criminais num tribunal de Manhattan. A defesa do ex-Presidente argumentou que o caso tinha motivações políticas, mas o juiz responsável não descartou o processo. A escolha do júri arranca dia 25 de março

Julgamento contra Trump arranca a 25 de março, juiz negou pedido para que fossem retiradas acusações

Salomé Fernandes

Jornalista da secção internacional

A tentativa do ex-Presidente Donald Trump em descartar o processo que contém 34 acusações contra si foi afastada pelo juiz responsável pelo caso, que definiu esta quinta-feira que os procedimentos continuam no próximo mês. “Avançamos com a seleção do júri a 25 de março”, disse o juiz Juan Merchan, citado pela ‘NBC News’.

Em abril de 2023, o antigo chefe de Estado respondeu a todas as acusações no Tribunal Criminal de Manhattan da mesma maneira: declarou-se inocente. A Justiça suspeita que Trump tenha pago cerca de 120 mil euros para comprar o silêncio da estrela de filmes pornográficos Stormy Daniels sobre um suposto caso entre ambos, meses antes das presidenciais de 2016.

Segundo o jornal ‘The New York Times’, Trump é acusado de ter falsificado registos para esconder dos eleitores um potencial escândalo, enquanto a defesa do multimilionário disse que o caso devia ser descartado por se tratarem de “acusações politicamente motivadas marcadas por defeitos legais”.

O caso está relacionado com o pagamento de 130 mil dólares a Daniels. O antigo advogado de Trump, Michael Cohen, disse no ano passado que foi instruído pelo ex-Presidente a pagar este valor para que Daniels não mencionasse o alegado envolvimento entre os dois, escreveu a Reuters. A agência indica ainda que segundo a acusação, uma empresa da família de Trump registou os reembolsos deste a Cohen como despesas legais, o que constituiria uma violação da legislação estatal por falsificação de registos financeiros de um negócio, com o intuito de encobrir outro crime.

Foi com base neste caso que Trump esteve no centro de um desenvolvimento histórico: foi o primeiro ex-Presidente dos Estados Unidos a ser formalmente acusado de um crime. Uma acusação que motivou o aumento dos donativos para a sua campanha.

O advogado de defesa Todd Blanche disse ao juiz que o avanço do processo seria “uma grande injustiça” tendo em conta os outros processos legais em que Trump está envolvido, explica a ‘NBC News’. No entanto, o juiz afastou a crítica, dizendo que não estará simultaneamente em mais de um julgamento penal, indicou a CNN Internacional. “Trump passar os próximos dois meses a trabalhar no julgamento em vez de estar a participar na campanha eleitoral para Presidente é algo que não devia acontecer neste país”, disse Blanche. O juiz descartou a observação por considerar que não se trata de um argumento legal.

Esteve em debate o tipo de perguntas que poderiam ser colocadas aos jurados, com os procuradores distritais de Manhattan a afastar questões específicas sobre afiliação e donativos políticos, enquanto a defesa alegou que isso não poderia ser ignorado, descreveu a CNN. O juiz Merchan acabou por concordar que o foco é “se as pessoas conseguem ser justas e imparciais” e considera “inapropriado” perguntar se alguém não gosta de Trump.

Notícia atualizada às 16h53

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate