Lawrence Douglas, ex-conselheiro jurídico de administrações republicanas e democratas, é professor de Direito na Universidade Amherst, Massachusetts, instituição privada com mais de 200 anos, onde estudaram personalidades como o ex-Presidente Calvin Coolidge e o Nobel da Economia Joseph Stiglitz. Em entrevista ao Expresso, no terceiro aniversário da invasão do Capitólio, em Washington, reflete sobre o dia que marcou o fim da Administração de Donald Trump, mas cristalizou um “movimento supremacista branco”, que olha para ele como “uma espécie de messias”.
Três anos após a invasão do Capitólio, a 6 de janeiro de 2021, surpreende-o que a extrema-direita permaneça como a principal ameaça à segurança dos Estados Unidos?
Diria que é chocante, mas não surpreendente, como o facto de Donald Trump se manter como criatura política viável. Muitos pensaram que não resistiria ao 6 de janeiro. Recorde-se a quantidade de discursos proferidos contra ele em pleno Senado, logo após o controlo da rebelião naquele dia. Mitch McConnell [líder republicano na Câmara Alta do Congresso] destacou-se nesse capítulo. A questão é que hoje percebemos que o Partido Republicano cometeu um erro enorme ao não viabilizar a segunda tentativa de destituição. Julgaram que Trump estava acabado para a política e não quiseram alienar a sua base de apoio.
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