Com o ataque ao Capitólio dos Estados Unidos ainda na memória, a polícia de Miami está a levar “extremamente a sério” a audiência histórica de Donald Trump. O ex-Presidente norte-americano comparece esta terça-feira num tribunal federal em Miami, após ter sido acusado de 37 crimes relacionados com a retenção ilegal de documentos classificados, incluindo sobre o programa nuclear dos EUA.
“Estamos a levar este evento muito a sério e há possibilidade de as coisas piorarem”, afirmou o chefe da polícia de Miami, Manuel Morales, citado pelo jornal “The Guardian”. “Estamos a trazer recursos suficientes para lidar com multidões entre 5000 e 50 mil pessoas. Não esperamos nenhum problema, mas estamos prontos”, acrescentou.
O tribunal onde se vai realizar a audiência de Donald Trump pelas 15 horas locais (20h em Portugal continental) já está a ser cercado com fita policial. Também o autarca de Miami tem “plena fé e confiança” de que a polícia “terá o plano de ação e os recursos adequados” para conseguir enfrentar os eventuais distúrbios que surgirem. “Estamos preparados”, assegurou Francis Suarez citado pelo mesmo jornal.
O antigo Presidente dos Estados Unidos enfrenta 37 acusações criminais, desde retenção intencional de informações de defesa nacional, a conspiração para obstruir a justiça, e ocultação de documentos e registos. As acusações contra Trump — que é candidato às eleições presidenciais de 2024 — foram tornadas públicas na última sexta-feira.
Após sair da Casa Branca, o ex-chefe de Estado norte-americano guardou documentos ultra-secretos, incluindo sobre o programa nuclear dos EUA, na sua mansão em Mar-a-Lago, na Flórida. Documentos que revelam “potenciais vulnerabilidades dos Estados Unidos e dos seus aliados a ataques militares e planos para uma possível retaliação em resposta a um ataque estrangeiro”.
Trump considerou “ridícula e infundada” a acusação “feita pelo Departamento de Justiça de Joe Biden” que “será recordada como o pior abuso de poder na história” dos Estados Unidos. “Lançaram uma caça às bruxas atrás da outra para tentar parar o nosso movimento, para frustrar a vontade do povo americano. No fim não estão a vir atrás de mim. Eles estão a vir atrás de vocês”, declarou este sábado, perante centenas de apoiantes.
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