EUA

Trump faz comício de ataque a Biden: "A instrumentalização da justiça é algo saído do espetáculo de horrores da política estalinista"

Os analistas políticos consideram provável a terceira candidatura de Trump à Casa Branca
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Brandon Bell

Donald Trump mostrou-se desafiante e incendiário no comício de sábado em Waco. Sobre a acusação de pagamento a uma atriz pornográfica disse que "não é um crime, não é um delito, não é um caso" e que nunca gostou “da cara de cavalo”. Atacou Biden por alegadamente mover a justiça contra ele. E mostrou imagens do ataque ao Capitólio, defendendo os insurgentes

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump descartou no sábado ser alvo de uma possível acusação, aproveitando o primeiro comício na campanha presidencial das eleições de 2024 para atacar os seus adversários políticos.

"O procurador de Nova Iorque, sob os auspícios e a direção do 'Departamento de Injustiça' em Washington DC, estava a investigar-me por algo que não é um crime, não é um delito, não é um caso", disse Donald Trump aos seus apoiantes em Waco, no estado do Texas, citado pela agência France Presse. E acrescentou: “Nunca gostei da cara de cavalo, a sério que não, é uma coisa péssima. Não seria a tal, não há ninguém. Temos uma ótima primeira-dama”, disse ainda, sob aplausos dos seus apoiantes. “Ela fez um trabalho incrível”.

Para o Governo de Joe Biden, ficaram as críticas maiores: “A instrumentalização da justiça pelo Governo contra o seu opositor político é algo saído do espetáculo de horrores da política estalinista. Passamos a Rússia estalinista, foi o que foi”.

Trump, que faz campanha como candidato à nomeação presidencial Republicana para 2024, enfrenta vários problemas judiciais, sendo o mais imediato a investigação do procurador distrital de Manhattan por alegados pagamentos à atriz pornográfica Stormy Daniels para, alegadamente, comprar o seu silêncio sobre uma relação sexual que tiveram. Pagamentos que terão sido feitos com dinheiro da sua campanha eleitoral.

Um grande júri deve decidir em breve se acusa ou não o ex-presidente, enquanto as forças de segurança estão em alerta diante de possíveis manifestações dos seguidores de Trump, como as que ocorreram em 06 de janeiro de 2021, no ataque ao Capitólio.

Nos Estados Unidos o grande júri é utilizado para questões particularmente controversas e a sua missão é determinar se existem provas suficientes para investigar um possível crime.

Paralelamente ao processo em Nova Iorque, o Departamento de Justiça está a investigar o tratamento de milhares de documentos oficiais, incluindo cerca de 300 classificados retirados da Casa Branca no final do mandato de Trump, em janeiro de 2021, e encontrados por agentes do FBI em agosto durante uma busca à sua casa em Mar-a-Lago, no estado da Florida.

A agência de notícias Associated Press descreve que Donald Trump mostrou-se desafiante e incendiário no comício de sábado em Waco, cidade famosa pela resistência mortal contra a aplicação das leis.

Donald Trump abriu o comício com a música "Justice for all", com um coro de homens presos por estarem envolvidos no ataque ao Capitólio em 06 de janeiro de 2021, tendo algumas imagens desse episódio sido exibidas em ecrãs.

No discurso, Donald Trump defendeu os insurgentes e criticou os procuradores, incluindo os que supervisionam as investigações de que é alvo.

"Vocês serão absolvidos e orgulhosos. Os bandidos e criminosos que estão a corromper o nosso sistema de justiça serão derrotados, desacreditados e totalmente desgraçados", afirmou.

Em busca da nomeação republicana para as eleições presidenciais de 2024, Trump afirmou na sexta-feira que o país enfrentará uma situação catastrófica caso seja acusado.

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