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Republicanos querem Biden a esclarecer balão chinês e outros objetos que sobrevoam EUA

Republicanos querem Biden a esclarecer balão chinês e outros objetos que sobrevoam EUA

“Como de costume, tivemos outra reunião confidencial na qual não aprendemos nada que já não soubéssemos. Por isso quero enfatizar novamente que o Presidente Biden deve uma explicação ao povo americano”, realçou um republicano

O Partido Republicano instou esta terça-feira o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a explicar à população os casos do “balão-espião” chinês e outros três objetos voadores não identificados que foram derrubados este mês.

Este pedido surgiu após uma conferência de imprensa que decorreu à porta fechada, onde representantes do Pentágono e do Comando de Defesa Aeroespacial Norte-Americano (Norad) forneceram a senadores republicanos e democratas os dados mais recentes sobre esta matéria.

“Como de costume, tivemos outra reunião confidencial na qual não aprendemos nada que já não soubéssemos. Por isso quero enfatizar novamente que o Presidente Biden deve uma explicação ao povo americano”, realçou o republicano Tom Cotton.

O “balão-espião” chinês foi localizado no final de janeiro sobre o espaço aéreo dos EUA e abatido sobre as águas do Atlântico a 4 de fevereiro, depois de dias a sobrevoar diversas áreas do país, como o Estado do Montana (nordeste), onde fica um dos três campos de silos de mísseis nucleares existentes nos Estados Unidos.

Na última semana, três outros objetos voadores também foram abatidos em território dos EUA e no Canadá, dos quais até o momento as autoridades norte-americanas não puderam confirmar a sua origem.

“Os americanos estão preocupados, eles têm interesse e direito de saber por que Biden tomou as decisões que tomou”, acrescentou Cotton, para quem o Presidente deveria "falar diante das câmaras hoje [terça-feira]".

Para o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, é “profundamente preocupante” que Biden concentre a sua atenção em questões alheias às atuais “ameaças” e que tenha tido “pouco a dizer” sobre os vários objetos voadores detetados: “Esperamos que isso aconteça nos próximos dias”.

Por outro lado, o líder da maioria democrata na câmara alta do Congresso norte-americano, Chuck Schumer, defendeu que embora “ainda haja muitas dúvidas” sobre este assunto, “todos os esforços estão a ser feitos” e a população norte-americana deve ter “muita confiança” na forma como o Exército e os serviços de inteligência gerem a segurança do país.

“Durante o fim de semana verificamos que se veem algo que seja uma ameaça para os Estados Unidos ou para a população americana, eles tomarão as medidas apropriadas”, garantiu, defendendo também a opção de derrubar os objetos.

Mas do lado democrata há também quem defenda maior transparência.

“O povo americano merece e precisa de saber mais. Não tenho medo de estarmos sob ameaça de ataque ou dano físico à nossa pátria. É o meu sentimento. Mas o público precisa de ser tranquilizado com mais factos”, realçou Richard Blumenthal, representante de Connecticut, à saída do briefing.

Os Estados Unidos admitiram esta quarta-feira não ter neste momento “nenhum indício” de que os três aparelhos voadores recentemente abatidos pelo Exército norte-americano sejam de origem chinesa ou tivessem funções de espionagem, segundo o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca (Presidência norte-americana), John Kirby.

As interrogações em torno destes “objetos” persistem, ao ponto de ter forçado a Casa Branca, na segunda-feira, a negar oficialmente qualquer origem “extraterrestre”.

Sobre o balão chinês, que foi abatido a 4 de fevereiro, as autoridades norte-americanas continuam a insistir na versão de que se tratava de um balão chinês equipado com material de vigilância, fazendo parte de um vasto programa global de espionagem da China, apesar dos desmentidos de Pequim.

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