Eleição de dois senadores democratas dá alento a Biden e ilustra tendências demográficas e eleitorais
Donald Trump queria mais 11.780 votos na Geórgia, tendo ido ao ponto de pressionar ao telefone o responsável pelas eleições naquele estado do sul, para que o ajudasse a reverter a vitória de Joe Biden, a primeira de um candidato presidencial democrata na Geórgia em 28 anos. Brad Raffensperger resistiu e a revelação do telefonema caiu muito mal junto do eleitorado. Isso e a insistência do ainda Presidente na tese da fraude eleitoral terão contribuído para a derrota dos dois senadores que o seu Partido Republicano tinha na Geórgia, e que disputaram a segunda volta na terça-feira. A consequência é que Biden governará mais aliviado: com 50 cadeiras para cada partido, o voto de desempate pertence à presidente do Senado, que será, por inerência, a vice-presidente Kamala Harris.
Em novembro David Perdue fora o mais votado numa disputa com o democrata Jon Ossoff e o libertário Shane Hazel, mas não alcançou os 50% (por 13.947 sufrágios, teve 49,73%). Na segunda volta Ossoff bateu-o por uma margem (50,31%-49,69%) que nem permite pedir recontagem. Na outra disputa (extraordinária, por demissão de um senador), o pastor Raphael Warnock bateu Kelly Loeffler, também na segunda volta (50,8%-49,2%), e vai ser o primeiro negro a representar a Geórgia na câmara alta do Congresso. Já a republicana desistiu de contestar as presidenciais após a invasão trumpista do Capitólio (ver texto ao lado).
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: pcordeiro@expresso.impresa.pt