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EUA. Trump tenta travar certificação dos resultados eleitorais para dificultar entrada de Biden na Casa Branca

EUA. Trump tenta travar certificação dos resultados eleitorais para dificultar entrada de Biden na Casa Branca
Chip Somodevilla/Getty Images

Mesmo que a perspetiva de vitória seja cada vez mais uma miragem, a realidade é que Trump quer atrasar ao máximo a chegada de Joe Biden à Casa Branca e, ao mesmo tempo, criar um clima de desconfiança que o mantenha vivo no combate político até às presidenciais de 2024

Donald Trump não parece disposto a largar a tática de guerrilha. As urnas deram-lhe a derrota na corrida presidencial, mas o ainda chefe de Estado parece disposto a utilizar todas as estratégias possíveis para tornar a transição num processo bastante turbulento. Mesmo que seja desalojado da Casa Branca, Trump não admite ficar K.O e quer manter-se vivo politicamente para a corrida presidencial de 2024.

Depois de ter apostado primeiramente na tentativa de anular os votos enviados por correio em vários Estados, principalmente nos campos de batalha mais decisivos, até essa estratégia se revelou inconsistente para sustentar a retórica de suposto vencedor. Depois, apostou nas denúncias de alegadas fraudes, sem reunir quaisquer provas, o que o tem levado a uma derrota em toda a linha nos tribunais um pouco por todo o país. Enquanto isso, no Twitter, vai fazendo o que sempre faz: disparar em todas as direções, contra tudo e contra todos.

Mas, apesar do desespero, o ainda presidente dos EUA em funções até 20 de janeiro tem um plano para trancar a entrada do sucessor Joe Biden na Casa Branca: passa agora por atrasar a certificação dos resultados, escreve o “The Washington Post”.

Esta quarta-feira, a campanha de Trump pagou 3 milhões de dólares para dar início a uma recontagem nos dois maiores condados de Wisconsin, território que os democratas conquistaram aos republicanos.

O mentor Giuliani

Também na Pensilvânia, o estado que confirmou a vitória de Biden, Trump tenta impedir judicialmente a certificação dos resultados que dão ao presidente eleito, Joe Biden, os 20 votos do Colégio Eleitoral daquele estado, alegando que os processos eleitorais não foram uniformes em todo o território e estão feridos de diversas irregularidades.

Outra das frentes que Trump quer manter é no Michigan, onde exige uma auditoria dos votos antes da certificação dos resultados.

O grande arquiteto para construir esta cortina de fumo em torno dos resultados é o advogado de Donald Trump, Rudolph Giuliani, que incita legisladores republicanos para que atrasem a consolidação dos resultados e, ao mesmo tempo, escolham delegados que podem baralhar as contas do Colégio Eleitoral.

Só há um problema: a lei. Tanto a Pensilvânia como o Wisconsin não atribuem qualquer papel aos legisladores na escolha dos grandes eleitores presidenciais. Até mesmo Giuliani admite que o caminho será árduo, mas pode servir para pelo menos dificultar o caminho de Joe Biden até à Sala Oval.

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