Mais de vinte presidentes executivos (CEO) de grandes empresas norte-americanas reuniram-se durante mais de uma hora por videoconferência a 6 de novembro. O motivo da reunião passou por discutir um cenário em que Donald Trump continue a não aceitar os resultados das mais recentes eleições presidenciais nos Estados Unidos e se recuse a sair da Casa Branca - inclusive depois da tomada de posse de Joe Biden, marcada para 20 de janeiro de 2021. A informação é avançada pela Associated Press.
Segundo Jeffrey Sonnenfeld, um professor de gestão da Universidade de Yale que participou na reunião, os executivos ponderaram emitir comunicados públicos e pressionar os legisladores do Partido Republicano dos seus estados que possam tentar redirecionar votos do Colégio Eleitoral de Biden para Tump - isto se o atual Presidente continuar a perturbar a transição de poder. Sonnenfeld disse ainda que os participantes no encontro vão desde homens fortes da "Fortune 500" (a lista anual da revista "Fortune" com as 500 maiores corporações americanas), de sectores como o retalho, média ou indústria. Os gestores, segundo Sonnenfeld, estão também preocupados com o impacto das ações de Trump e dos seus apoiantes “nos mercados” e “na confiança dos cidadãos no processo democrático”.
No dia seguinte à reunião, no sábado, o grupo Business Roundtable - que representa algumas das maiores empresas americanas, como Apple, Walmart, Starbucks e General Electric - emitiu um comunicado a congratular Joe Biden e Kamala Harris pela vitória nas eleições. O documento refere que respeita o direito de Trump de pedir recontagens de votos, mas lembra que “não há indicações de que nenhuma dessas [recontagens] irá mudar os resultados [das eleições]. Richard Pildes, um professor de direito constitucional da universidade de Nova York que também participou na reunião, confirmou os relatos de Sonnenfeld.
“Eles não têm problema com ele [Trump] ir para tribunal e iniciar um processo judicial. Não lhe querem negar isso. (...) Disseram que se isso fizer as pessoas [que votaram em Trump] sentirem-se melhor, não faz mal que isso aconteça”, aponta Sonnenfeld. “Mas isso não vai parar a transição”, lembra.
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