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EUA. Trump insiste, mas conselheiros estão pessimistas em relação às possibilidades de inverter vitória de Biden

EUA. Trump insiste, mas conselheiros estão pessimistas em relação às possibilidades de inverter vitória de Biden
Andrew Harrer - Pool/Getty Images

Com um presidente eleito já declarado, Donald Trump insiste que ele será o vencedor da corrida presidencial quando os processos judiciais por ele interpostos forem concluídos. Há pelo menos seis estados (Arizona, Geórgia, Nevada, Pensilvânia, Michigan e Wisconsin) onde Trump, sem ter apresentado qualquer prova credível, diz que há fraude eleitoral

“Vamos vencer.” Passaram quatro dias desde que Joe Biden foi dado com vencedor das presidenciais norte-americanas e, embora a contagem e certificação de votos ainda continue em alguns estados, estes não parecem ter potencial para alterar o resultado final. Entretanto, ainda na Casa Branca, Donald Trump recusa assumir a derrota. Mais um dia, mais um (ou vários) tweet: “Vamos vencer”. A insistência continua mas, avança o jornal norte-americano “The Washington Post”, vários conselheiros de Trump acham muito difícil que a vitória de Joe Biden possa ser revertida através dos processos judiciais interpostos nos estados do Arizona, Geórgia, Nevada, Pensilvânia, Michigan e Wisconsin.

De acordo com várias fontes republicanas, citadas pelo mesmo jornal, Mike Pence, vice-presidente, pediu a vários senadores do partido que se mantenham ao lado de Trump, alegando que são esperados novos processos judiciais na Pensilvânia, Michigan e Geórgia. Ainda assim, vários nomes de peso como Mark Meadows, chefe do pessoal na Casa Branca, Ronna McDaniel, presidente do comité nacional republicano, e Corey Lewandowski, conselheiro, disseram “em privado” que estão preocupados com a conclusão desses mesmos processos tendo em conta as provas atualmente disponíveis.

Esta terça-feira, Donald Trump reuniu-se com uma série de conselheiros para discutir a continuidade dos processos e analisar as possibilidades reais de os vencer. E, refere uma fonte que participou nessas discussões internas, apesar de o Presidente saber que será muito difícil vencer, os planos são para continuar com a batalha judicial.

“Não há qualquer prova de que houve fraude eleitoral”, admitiu um representante do partido republicano na Geórgia.

Trabalhador dos correios nega irregularidades

Na Pensilvânia, um trabalhador do serviço de correios norte-americano chamado Richard Hopkins teria apresentado um depoimento que dava conta de irregularidades no sistema de voto por correspondência - e estava a ser citado por representantes do Partido Republicano. No entanto, a testemunha negou ter prestado qualquer declaração que desse conta da alegada fraude e que aquilo que havia dito às autoridades tinha sido alterado.

Entretanto, a contagem e certificação de votos continua - um processo que só deve ser terminado em todo o país nos primeiros dias de dezembro. Se na Geórgia o prazo termina a 13 de novembro, no Arizona estende-se até 30 de novembro e ainda pode ainda durar mais uns dias. Já no Michigan, os votos chegados por correspondência (mas datados até 3 de novembro) têm de chegar até 23 de novembro, enquanto no Nevada o limite é 24 de novembro e no Wisconsin o dia 1 de dezembro. Na Pensilvânia não há uma data definida mas as cidades têm de certificar os seus resultados até 23 de novembro.

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