Só se entende a persistência de Biden candidato presidencial pelo Partido Democrata, quando se olha para a vida (pessoal) de Joe, para as perdas e contratempos que lhe atrapalharam os planos políticos, os afetos e a própria forma de falar.
Catorze anos depois de ter sido eleito senador pela primeira vez (em 1973), Joe Biden decidiu entrar nas primárias para ser o candidato presidencial do Partido Democrata no ano seguinte. As dores de cabeça levaram-no à desistência – foi-lhe diagnosticado um aneurisma que o conduziu à mesa de operações – e, foi Michael Dukakis quem disputou as eleições de 8 de novembro de 1988, contra o candidato do partido Republicano, George Bush, que saiu vencedor.
Bush pai cumpriu (apenas) um mandato presidencial, sucedeu-lhe Bill Clinton (dois mandatos) e, no ano 2000, seria eleito George W. Bush naquela que foi uma das mais renhidas eleições até agora.
Sete anos mais tarde e dois mandatos de Bush filho depois, Biden anunciou a intenção de disputar o lugar de candidato pelo Partido Democrata às eleições do ano seguinte. Fê-lo no programa “Meet the Press” mas o sonho de ser Presidente foi mais uma vez por água abaixo. Nada de dramático na sua vida pessoal desta vez, mas o seu velho estilo de fazer política chocou com a pujança do ‘opositor’ Barack Obama, sobre quem proferiu uma frase desastrosa na campanha das primárias: “Você para afro-americano é muito articulado”.
A política convida a compromissos e, meses mais tarde, o inteligente Obama viria a desafiar Joe Biden para ser o seu candidato a vice-presidente e ficar ao seu lado nos oito anos que os dois passariam na Casa Branca.
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