EUA

Joe Biden: os títulos da vitória

Joe Biden: os títulos da vitória
JIM LO SCALZO

Os sites dos principais órgãos de comunicação norte americanos — e do mundo — estamparam em letras garrafais a decisão das eleições. Nas entrelinhas, o sentimento de conquista, e da derrota de Donald Trump

Quase sempre em letras maiúsculas, num corpo muito acima do habitual, as manchetes estampam a vitória do novo Presidente dos Estados Unidos. Graficamente um reflexo de um sentimento de vitória (ou de derrota), sinal de uma decisão que se arrastou por dias e noites, deixando o mundo engasgado, à espera da definição de quem iria liderar a América.

"Biden bate Trump" ("Biden beats Trump") foi a forma simples e direta como o "New York Times" deu a notícia, acompanhada numa segunda linha por "Harris é a primeira mulher eleita vice-Presidente" (https://www.nytimes.com). O "Washington Post" alargou ao máximo o corpo das letras para escrever "Biden derrota Trump". E o jornal da Economia, o "Wall Street Journal" preferiu "Joe Biden eleito o 46º Presidente dos Estados Unidos.

Nos antípodas, o conservador "Drugde Report" não mede as palavras: "Você está despedido!" ("You are fired!"), com direito a ponto de exclamação e tudo para se referir a Donald Trump (https://www.drudgereport.com/). A mais intelectual "The Atlantic" preferiu ir mais longe e escolheu o significativo "A América venceu" ("America won") e, ao lado, não se esqueceu de colocar uma foto de Kamala Harris, com o título "Ela fez" (She did it"). E a "The New Yorker" quis apenas dizer "A era Biden começa" ("The Biden Era begins"). A clássica "Time" quis "Como Joe Biden venceu a Casa Branca" ("How Joe Biden won the White House").

A revelação coube à CNN, que se limitou a titular em letras garrafais: "Biden vence" ("Biden wins"), acompanhada pela CBS com "Joe Biden eleito Presidente" e pela NBC com "Joe Biden derrota Donald Trump para ganhar a Casa Branca". Já a trumpista Fox News preferiu "Biden projetou derrotar Trump e se tornar 46º presidente após vencer Nevada, Pensilvânia".

No resto do mundo, os títulos também não foram nada económicos. o "Economist", espécie de bíblia económica sob a forma de revista preferiu o título "Joe Biden conquista a Casa Branca" ("Joe Biden captures the White House") e o seu congénere de páginas cor de salmão, o "Financial Times", optou por "Biden vence eleições norte-americanas depois de triunfo na Pensilvânia" ("Biden wins US elections after Pennsylvania triumph".

O "El País" quis um simples "Biden derrota Trump" e o espanhol mais à direita "ABC" optou por um claro "Presidente Joe Biden". O "Guardian" foi informativo: ( "Joe Biden derrota Donald Trump para vencer eleições norte-americanas" ("Joe Biden beats Donald Trump to win US Election"). O "Le Monde" escolheu uma frase do homem do dia: "eleito, Joe Biden promete ser 'o Presidente de todos os americanos'". Os brasileiros, de olhos postos em Jair Bolsonaro, escolheram na "Folha de São Paulo" o cabeçalho: "Biden vence Trump e freia onda populista".

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