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O cenário do Apocalipse: como Trump abriu a porta a um golpe na noite eleitoral

O cenário do Apocalipse: como Trump abriu a porta a um golpe na noite eleitoral
Win McNamee/Getty

Abaixo de Biden nas sondagens, mas a recuperar em dois estados decisivos, Trump pode ter um plano para deixar as eleições suspensas por semanas, senão meses. A notícia de ontem sobre o "plano" já tinha sido detalhada em setembro - mas os factos das últimas semanas e a sua recusa em dizer se aceitará uma derrota deixaram espaço para a especulação. E se Trump recusar sair do poder? O Expresso conta-lhe o que os Republicanos já puseram em prática, o que pode vir ainda, se não vier uma onda Democrata. E ouviu republicanos, democratas e académicos. Um apocalipse democrático?

O cenário do Apocalipse: como Trump abriu a porta a um golpe na noite eleitoral

David Dinis

Diretor-adjunto

A dois dias das eleições, quando algumas sondagens mostram uma aproximação do atual Presidente em um ou dois estados que podem ser decisivos, um novo - mas já prestigiado - site de informação lança a história do dia: “O plano de Trump para declarar uma vitória prematura.” Já lá vamos, ao plano. Para já o importante é registar o contexto: o “plano” tem como objetivo lançar uma “onda de fumo” na noite eleitoral, gerando entusiasmo entre os seus apoiantes. E abrindo espaço à contestação dos resultados eleitorais, caso Joe Biden, já contados todos os votos, acabe por ganhar as eleições em alguns estados decisivos.

A notícia é rapidamente citada nas televisões que fazem guerra ao Presidente, mas já há semanas que circula nos bastidores, mas não só: a revista The Atlantic fez capa da sua última edição há cerca de um mês com o mesmo cenário, só que levado ao extremo e contado em detalhe (incluindo um final dramático para a história): Donald Trump está determinado a não abdicar do cargo de Presidente, declarando uma fraude eleitoral e levando a América para um impasse total: ter, no dia da tomada de posse, no fim de janeiro, dois Presidentes a reclamar o lugar. Na verdade, não havia final para a história contada pela revista: é que este é um cenário do que ninguém sabe exatamente como sair.

Esse artigo, publicado há um mês, teria soado a uma mera teoria da conspiração. Mas ganhou contornos de realismo quando, nesse mesmo dia, Donald Trump recusou responder a uma pergunta quase banal: se aceitaria o resultado das eleições. Foi como deitar um fósforo para um barril de pólvora: o artigo e a inédita incógnita de um Presidente dos EUA desencadeou uma avalanche de comentários e artigos nos jornais, com títulos que pareciam saídos de um filme: “Cenário do apocalipse”; “Pesadelo da América”; “A ameaça republicana à República”; “A América pode desintegrar-se?”; “A nova guerra civil americana”.

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