
Trump e Biden apostam na Florida, que só falhou o vencedor das presidenciais duas vezes nos últimos 92 anos. Mais de seis milhões de eleitores deste estado oscilante, 40% do total, já votaram antecipadamente
Trump e Biden apostam na Florida, que só falhou o vencedor das presidenciais duas vezes nos últimos 92 anos. Mais de seis milhões de eleitores deste estado oscilante, 40% do total, já votaram antecipadamente
Enviado aos EUA
O sul da Florida é a zona mais quente da parte continental dos Estados Unidos da América. Sábado passado no Tropical Park de Miami, o dia fazia jus ao nome do lugar. Calor imenso, humidade idem e nuvens ao fundo a ameaçar chuva, que viria com força. Para já sobe a temperatura política, com apoiantes de Donald Trump e Joe Biden — uns 100 de cada lado — alinhavados no topo norte do jardim. De máscara (sobretudo os segundos), exibem adereços de campanha, acenam aos carros, ouvem-nos apitar ora em apoio ora em apupo, e falam com quem passa para conseguir votos. Há quem ofereça bolachas e pastéis cubanos. Na relva, cartazes com dizeres. De um lado “Isto é Miami, não é Caracas”; do outro, “100% anticomunista, 100% antirracista, 100% antifascista, 100% com Biden”, ao lado de um Trump insuflável, em versão bebé de fraldas.
Sensatamente separados uns 50 metros, são ajuntamentos de latinos a favor do Presidente republicano e do adversário democrata. Estes marcaram a ação de campanha, aqueles vieram por arrasto. Noutras ocasiões os papéis invertem-se. O que não muda é a convicção de que é preciso vencer neste Estado para manter ou conquistar a presidência. Se a Florida é ponto álgido na contenda, os latinos são parte decisiva no escrutínio. Quem ganhar o estado leva 29 delegados para o Colégio Eleitoral. Todos para o vencedor, manda a lei. É só ir somando até Biden ou Trump alcançarem 270, maioria num total de 538. Desde 1964 os delegados da Florida têm ido sempre para o candidato vencedor. As exceções foram Kennedy em 1960 (o estado preferiu Nixon) e Clinton (a Florida votou em Bush pai).
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