“Hoje eu só quero você, seja do jeito que for, hoje eu só quero alegria, meu dia meu dia, hoje eu só quero amor”. Foi assim, ao som de “Massa Real”, de Gal Costa, que João Inácio acordou este domingo. E foi assim, ao som desta e de outras músicas brasileiras escolhidas a dedo para esta jornada eleitoral que enfrentou mais de um quilómetro de fila entre a Estrada Interior da Circunvalação e o Instituto Superior de Engenharia do Porto, acompanhado de três amigos e colegas do mestrado em Ciências da Comunicação da Universidade do Porto, unidos no apoio ao candidato Lula da Silva e na convicção de que no final do dia “será ele o vencedor”.
Se o Brasil “é samba” e “é carnaval”, isso está bem visível para quem acompanha esta fila até às 39 mesas de voto por onde poderão passar os 30.080 eleitores inscritos na jurisdição do Consulado-Geral do Brasil no Porto, mais 110% do que nas eleições de 2018. Quem vai votar conhece bem estes e outros números. “Na primeira volta, votaram 50% dos inscritos”, “o número de votantes aumentou quase 200% face a 2018”, vão repetindo.
Viu nas notícias o número de brasileiros que chegou a Portugal desde 2019?”, pergunta uma eleitora a outra que reage com um “Ui, tantos”, quando houve a resposta: “Foram 250 mil”.
João Inácio é dos que engrossaram o contingente brasileiro no país durante a pandemia. Veio para estudar e para se afastar de um país “profundamente dividido onde já não era possível sentar com os amigos para beber um chope sem discussão”. Na verdade, confessa, na sua família, em Belém do Pará, até o Natal deixou de ser celebrado porque “era confusão a mais entre apoiantes de Lula e de Bolsonaro” conta.
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