Bolsonaro vai para segunda volta "com novo ânimo", diz investigador

"Está tudo em aberto com a segunda volta, e uma coisa muito má é que os institutos de sondagens vão ficar completamente desacreditados", disse Sérgio Praça à Lusa
"Está tudo em aberto com a segunda volta, e uma coisa muito má é que os institutos de sondagens vão ficar completamente desacreditados", disse Sérgio Praça à Lusa
O investigador brasileiro Sérgio Praça considerou hoje que Jair Bolsonaro vai para a segunda volta das eleições "com novo ânimo" e lamentou a descredibilização das sondagens, explicando-as com os apoiantes de Bolsonaro que não quiseram colaborar.
"Está tudo em aberto com a segunda volta, e uma coisa muito má é que os institutos de sondagens vão ficar completamente desacreditados, e não por culpa do seu trabalho", disse Sérgio Praça à Lusa, numa altura em que é praticamente certa a segunda volta nas presidenciais.
"Bolsonaro ganha um novo ânimo, a segunda volta é uma eleição renovada porque 48 a 40 é uma coisa, mas 47 a 44 é diferente, está tudo em jogo", disse o investigador do Centro de Política e Economia do Setor Público (Cepesp) da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas - São Paulo).
Questionado sobre a razão de as sondagens apontarem consistentemente cerca de 30 a 35% das intenções de voto para Jair Bolsonaro, e de o candidato estar perto dos 45%, Sérgio Praça respondeu: "A explicação mais forte é que as pessoas não queriam colaborar com os institutos de pesquisa, que sempre foram muito atacados pelos apoiantes bolsonaristas, e acabaram a não responder".
Para além disso, acrescentou, poderá ter havido pessoas "que tiveram vergonha, que não querem colaborar com o trabalhos dos institutos de pesquisa, ou quem achou que o Lula ganharia logo e então votaram no Lula".
Sobre a segunda volta das presidenciais, Sérgio Praça disse que o aumento dos votos face às sondagens "ajuda a retórica golpista dele" e, por isso, considerou que "vai ser uma eleição muito apertada".
Os mais de 156 milhões de eleitores foram hoje chamados às secções de voto até às 17:00 de Brasília (21:00 em Lisboa), nas 577.125 urnas eletrónicas espalhadas por 5.570 cidades do país.
A eleição brasileira está a protagonizar uma disputa apertada pela Presidência brasileira em que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva e o atual Presidente, Jair Bolsonaro, disputa a primeira volta com margem apertada de distância, contrariando as sondagens.
Também disputaram as presidenciais brasileiras os candidatos Ciro Gomes, Simone Tebet, Luís Felipe D’Ávila, Soraya Tronicke, Eymael, Padre Kelmon, Leonardo Pericles, Sofia Manzano e Vera Lúcia.
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