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“Eu vou ser um problema para eles, preso ou morto”: Bolsonaro é recebido por milhares de apoiantes no Rio de Janeiro

“Eu vou ser um problema para eles, preso ou morto”: Bolsonaro é recebido por milhares de apoiantes no Rio de Janeiro
Pedro H. Tesch

O ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, voltou a negar as acusações de que é alvo sobre um alegado plano de golpe de Estado para se manter no poder, numa manifestação que envolveu milhares de apoiantes, este domingo, no Rio de Janeiro

Milhares de apoiantes de Jair Bolsonaro encheram, este domingo, a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para mostrar apoio ao ex-presidente de extrema-direita do Brasil, que está a ser julgado por alegado plano de golpe de Estado para se manter no poder, depois de ter perdido as eleições presidenciais de 2022, numa disputa contra o atual presidente, Lula da Silva.

Em concreto, o lema da manifestação é a amnistia para os condenados por envolvimento nos motins de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, uma semana após a tomada de posse de Lula da Silva.

À AFP, José de Souza Vitorino, um ex-militante de 64 anos, afirmou ter marcado presença por querer “deixar um Brasil melhor” para os seus filhos.

No seu discurso, Jair Bolsonaro criticou as investigações levadas a cabo pelo Supremo Tribunal Federal sobre o alegado golpe de Estado levado a cabo pelo ex-presidente brasileiro, escreveu o jornal “Folha de São Paulo”.

“Só não foi perfeita esta historinha de golpe para eles porque eu estava nos Estados Unidos [8 de janeiro]. Se eu estivesse aqui, estaria preso até hoje ou quem sabe morto por eles. Eu vou ser um problema para eles, preso ou morto”, discursou.

Jair Bolsonaro também criticou a atuação de Alexandre de Moraes, na época presidente do Tribunal Superior Eleitoral, durante a campanha eleitoral de 2022. “Não podia colocar imagem do Lula com ditadores do mundo todo. O outro lado podia fazer tudo. Chamaram-me misógino, fascista, e até assassino da Marielle Franco [ativista e política brasileira, assassinada em 2018]”, comentou.

Impedimento de concorrer em eleições “é uma negação da democracia”

Durante o evento, Bolsonaro denunciou que o facto de estar impedido de se candidatar nas eleições do próximo ano é contra a democracia brasileira.

“Quero dizer aos que não gostam de mim em Brasília: as eleições sem Bolsonaro são uma negação da democracia no Brasil”, disse, empoleirado num palanque com um cartaz que mostrava o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o punho erguido, após o ataque sofrido durante a campanha eleitoral, na Pensilvânia, em julho passado.

Por conta das denúncias de abuso de poder político e económico durante o processo eleitoral de 2022, o Supremo Tribunal Federal proibiu Jair Bolsonaro de se candidatar ao cargo de chefe máximo do Brasil até 2030.

Bolsonaro explicou que a decisão “pode ser anulada” e pediu aos adversários políticos que tenham coragem de o enfrentar nas eleições.

“Se sou assim tão mau, que me derrotem nas urnas”, desafiou o líder de extrema-direita.

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