Milhares de apoiantes de Jair Bolsonaro encheram, este domingo, a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para mostrar apoio ao ex-presidente de extrema-direita do Brasil, que está a ser julgado por alegado plano de golpe de Estado para se manter no poder, depois de ter perdido as eleições presidenciais de 2022, numa disputa contra o atual presidente, Lula da Silva.
Em concreto, o lema da manifestação é a amnistia para os condenados por envolvimento nos motins de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, uma semana após a tomada de posse de Lula da Silva.
À AFP, José de Souza Vitorino, um ex-militante de 64 anos, afirmou ter marcado presença por querer “deixar um Brasil melhor” para os seus filhos.
No seu discurso, Jair Bolsonaro criticou as investigações levadas a cabo pelo Supremo Tribunal Federal sobre o alegado golpe de Estado levado a cabo pelo ex-presidente brasileiro, escreveu o jornal “Folha de São Paulo”.
“Só não foi perfeita esta historinha de golpe para eles porque eu estava nos Estados Unidos [8 de janeiro]. Se eu estivesse aqui, estaria preso até hoje ou quem sabe morto por eles. Eu vou ser um problema para eles, preso ou morto”, discursou.
Jair Bolsonaro também criticou a atuação de Alexandre de Moraes, na época presidente do Tribunal Superior Eleitoral, durante a campanha eleitoral de 2022. “Não podia colocar imagem do Lula com ditadores do mundo todo. O outro lado podia fazer tudo. Chamaram-me misógino, fascista, e até assassino da Marielle Franco [ativista e política brasileira, assassinada em 2018]”, comentou.
Impedimento de concorrer em eleições “é uma negação da democracia”
Durante o evento, Bolsonaro denunciou que o facto de estar impedido de se candidatar nas eleições do próximo ano é contra a democracia brasileira.
“Quero dizer aos que não gostam de mim em Brasília: as eleições sem Bolsonaro são uma negação da democracia no Brasil”, disse, empoleirado num palanque com um cartaz que mostrava o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o punho erguido, após o ataque sofrido durante a campanha eleitoral, na Pensilvânia, em julho passado.
Por conta das denúncias de abuso de poder político e económico durante o processo eleitoral de 2022, o Supremo Tribunal Federal proibiu Jair Bolsonaro de se candidatar ao cargo de chefe máximo do Brasil até 2030.
Bolsonaro explicou que a decisão “pode ser anulada” e pediu aos adversários políticos que tenham coragem de o enfrentar nas eleições.
“Se sou assim tão mau, que me derrotem nas urnas”, desafiou o líder de extrema-direita.
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