Em 5 de julho de 2022, pouco tempo antes do início da campanha eleitoral, o então Presidente Jair Bolsonaro (Partido Liberal) reuniu-se com um comité civil e militar. A reunião tinha como finalidade traçar uma estratégia para impedir que o atual Presidente Lula da Silva (Partido dos Trabalhadores), uma vez eleito, tomasse o poder, permitindo a permanência de Bolsonaro e do seu grupo político. A estratégia previa colocar o sistema eleitoral em xeque para, então, permitir o uso da força na permanência do poder. Compunham a ala verde-azeitona do encontro os generais Paulo Sérgio Oliveira (ministro da Defesa e Comandante do Exército), Augusto Heleno (gabinete de Segurança Institucional), Walter Braga Netto (Casa Civil) e o general Mário Fernandes, então chefe-substituto da secretaria-geral da presidência.
O plano, sabemos, não foi consumado. Entretanto, é agora objeto de investigação da Polícia Federal por meio da Operação Tempus Veritatis (“Hora da Verdade”, em latim), que prendeu preventivamente quatro pessoas – incluindo dois militares – e ordenou 33 mandados de busca e apreensão, que atingiram 16 membros das forças armadas, incluindo Heleno e Oliveira e o almirante Almir Garnier Santos, comandante-geral da Marinha no Governo de Bolsonaro. A operação parte de outros inquéritos já em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) e foi autorizada pelo juiz Alexandre de Moraes, desse órgão judicial.
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