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LABAQ, 34 ANOS
MÚSICA, PRODUTORA E COMPOSITORA
Sou uma pessoa não binária, que vive da música, natural de Franca, município do interior de São Paulo, no Brasil e estou a morar em Portugal desde Janeiro de 2020, pouco tempo antes da pandemia.
Decidi vir para cá logo em 2019 quando Bolsonaro subiu ao poder no Brasil. A situação ficou insuportável. Demorei um ano a planear tudo para essa grande mudança. Antes de Bolsonaro já estávamos a viver uma tremida da democracia, de grande vulnerabilidade e desconforto, por causa do golpe de Estado de 2016, que retirou Dilma do poder e deixou o país na corda bamba.
O Estado tremeu, o povo tremeu, e os artistas ficaram sem ter como viver. É sempre assim. Quando a sociedade treme, o público deixa de ter dinheiro e a primeira coisa em que se corta é na cultura. Não tem como. Os artistas são os primeiros que sofrem. Tudo piorou ainda mais com a chegada de Bolsonaro e da pandemia. O povo caiu de joelhos, desamparado, com a cara no chão.
E nós artistas deixámos de ter onde nos agarrar para poder sobreviver, ficámos sem condições para o mínimo de dignidade e subsistência. Os apoios existentes estatais eram quase nenhuns, o que provocou que a maioria da classe artística tivesse de mudar de profissão, ou viver de biscates.
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