China

Imprensa chinesa alerta para “riscos da gerontocracia” após debate nos EUA

Imprensa chinesa alerta para “riscos da gerontocracia” após debate nos EUA
Wong Yu Liang

"A gerontocracia representa uma grande incerteza e risco nos assuntos internacionais e internos dos Estados Unidos", afirmou o investigador Lü Xiang, citado pelo jornal oficial do Partido Comunista Chinês “Global Times”

A imprensa oficial chinesa alertou esta segunda-feira para os riscos colocados pela gerontocracia após o "divertido" debate eleitoral realizado na passada sexta-feira nos Estados Unidos, que foi amplamente comentado e analisado no país asiático.

Após o desempenho vacilante no debate do atual Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês Global Times criticou "a falta de vitalidade na política rígida da América".

"A gerontocracia representa uma grande incerteza e risco nos assuntos internacionais e internos dos Estados Unidos", afirmou o investigador Lü Xiang, citado pelo jornal.

Com a possibilidade de Biden se afastar e propor um novo candidato democrata, o professor Li Haidong disse que a possível substituição "reflete as preocupações do público sobre a idade avançada dos candidatos nas eleições presidenciais, uma vez que não querem que um candidato doente e de mente pouco clara lidere o país numa altura em que este enfrenta desafios significativos".

Hu Xijin, antigo editor-chefe do Global Times, descreveu o debate como "divertido para os chineses", devido aos "ataques pessoais, má memória e escárnio".

"Objetivamente, o desempenho de baixa qualidade destes dois anciãos foi uma publicidade negativa para a democracia ocidental", afirmou Hu.

Na segunda-feira, a referência ao debate registou mais de 72 milhões de visualizações na rede social Weibo, semelhante à X, que está bloqueada na China.

A plataforma, fortemente censurada, estava repleta de internautas que felicitavam sarcasticamente "os dois velhos" pela sua "perseverança" em participar nas eleições.

Os internautas chineses prestaram especial atenção às referências à China durante o debate, especialmente por parte do representante republicano e antigo presidente Donald Trump.

Trump acusou Biden de aceitar dinheiro da China e criticou a sua forma de lidar com as taxas alfandegárias e a política comercial, ao mesmo tempo que avisou que a China "será dona" dos EUA.

No entanto, alguns comentadores salientaram que as menções ao país asiático foram, na verdade, poucas e semelhantes, o que "é um sintoma de que as suas posições sobre a China não diferem muito".

Entretanto, a plataforma de vídeo Douyin, o equivalente chinês do TikTok, que está bloqueado na China, está repleta de vídeos que ridicularizam as discussões do debate, os factos inexatos e o fraco desempenho de Biden.

Alguns dos comentários no Douyin e no Weibo utilizaram a ironia para criticar a ridicularização do debate: "Quando é que votamos?

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