China

China envia tripulação mais jovem de sempre para estação espacial Tiangong

Os três membros da tripulação têm uma média de idades de 38 anos
Os três membros da tripulação têm uma média de idades de 38 anos
REUTERS

A idade média dos três membros da tripulação, 38 anos, é a mais baixa desde o lançamento da missão inicial de construção da estação espacial, que ficou concluída no final de 2022

A China lançou hoje a tripulação mais jovem de sempre para a sua estação espacial Tiangong, em órbita, no âmbito da estratégia de enviar um astronauta chinês à Lua até 2030.

A missão tripulada Shenzhou-17 partiu a bordo de um foguetão às 11h14 (04h14 em Lisboa) do centro de lançamento de Jiuquan, no deserto de Gobi, no noroeste do país, segundo a agência espacial chinesa responsável pelos voos espaciais tripulados (CMSA).

De acordo com a televisão estatal chinesa CCTV, a idade média dos três membros da tripulação, 38 anos, é a mais baixa desde o lançamento da missão inicial de construção da estação espacial, que ficou concluída no final de 2022.

O trio de 'taikonautas' (o nome chinês para astronautas) Tang Hongbo (40 anos), Tang Shengjie (33 anos) e Jiang Xinlin (35 anos) deverá chegar à Tiangong dentro de seis ou sete horas, para substituir uma tripulação que está na estação há seis meses.

A agência também anunciou hoje planos para enviar um novo telescópio para sondar as profundezas do universo. A CCTV disse que o telescópio permitiria mapear o céu, mas nenhum prazo foi dado para a instalação.

A viagem de hoje insere-se na estratégia de enviar um astronauta chinês à Lua até 2030, um dos principais objetivos de um programa espacial no qual o país já investiu milhares de milhões de euros.

A China tem atualmente projetos de cooperação com a Agência Espacial Europeia e o Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos Espaciais Exteriores, que podem vir a aumentar, tendo em conta que a Tiangong pode em 2024 tornar-se a única estação espacial operacional.

A Estação Espacial Internacional, iniciativa liderada pelos Estados Unidos e à qual a China está proibida de aceder devido aos laços militares do seu programa espacial, deverá ser abandonada em 2024.

Em 2019, a China pousou uma nave espacial no lado mais distante da Lua, tornando-se a primeira nação do mundo a fazê-lo, e em 2020, trouxe de volta amostras lunares e finalizou o Beidou, sistema de navegação por satélite.

Em 2021, a China fez aterrar um pequeno robô em Marte, e o próximo passo é garantir o lançamento de duas missões espaciais tripuladas por ano, segundo a CMSA.

O país quer ainda lançar em 2030 a missão espacial Tianwen-3, para recolher e trazer de volta para a Terra amostras do solo de Marte, disse à Lusa no início do mês o cientista português André Antunes, responsável pela unidade de astrobiologia do Laboratório de Referência do Estado para a Ciência Lunar e Planetária da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST).

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