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Quem é Yoon Suk-yeol, o Presidente que declarou guerra marcial na Coreia do Sul e está proibido de sair do país

Quem é Yoon Suk-yeol, o Presidente que declarou guerra marcial na Coreia do Sul e está proibido de sair do país
Dan Kitwood/Getty Images

Queria ser professor, mas a luta pelo diploma de advogado desviou-o para uma carreira como procurador. A perseguição feroz à corrupção valeu-lhe a nomeação para procurador-geral da Coreia do Sul. A sua popularidade foi suficiente ser eleito Presidente, mas foi desaparecendo A declaração da lei marcial, a 3 de dezembro, abriu a porta aos pedidos para a sua demissão e o Parlamento aprovou este sábado a sua destituição

1960

Visão comprometida

Nasceu a 18 de dezembro de 1960, em Seul. Filho de professores, fará por seguir as passadas dos pais. Por ter anisometropia, uma condição ocular que provoca o embaciamento da visão, é dispensado do serviço militar e impedido de tirar a carta de condução.


1980

Juiz a fingir

Estuda Direito na Universidade Nacional de Seul durante o massacre de Gwangju. Num julgamento simulado sobre o caso, Yoon assume o papel de juiz e sentencia o então líder do país à pena de morte. Especula-se que o episódio motiva um castigo que atrasa a sua entrada na Ordem dos Advogados. Consegue o diploma apenas à nona tentativa, em 1991.


1994

25 anos contra a corrupção

Inicia a carreira como procurador em 1994 e vai subindo os degraus da carreira com implacabilidade face à corrupção. Foi fundamental na condenação dos ex-presidentes Park Geun-hye e Lee Myung-bak por abuso de poder, e do líder da Samsung, Lee Jae-in, por suborno e desvio de fundos.


2019

Em choque

É nomeado procurador-geral em 2019. Em 2020, a ministra da Justiça tenta suspendê-lo por alegadas violações éticas, abuso de poder e interferência em investigações a familiares seus, mas Yoon consegue escapar. Renuncia em março de 2021 para apresentar uma candidatura à presidência.


2021

Campanha renhida

Candidata-se à presidência contra Lee Jae-myung. A campanha é marcada por acusações mútuas de corrupção e ataques pessoais às esposas dos candidatos. Yoon promete abolir o Ministério da Igualdade de Género e da Família e perdoar os dois presidentes que ajudou a condenar.


2022

Popularidade em queda

Por menos de 1% dos votos, conquista a presidência em maio de 2022 e torna-se o primeiro chefe de Estado nascido após o fim da Guerra da Coreia. A dificuldade em aprovar legislação no Parlamento controlado pela oposição, o custo de vida agravado e vários casos de corrupção ligados à sua mulher influenciam um desagrado crescente por Yoon.


2024

Presidente amuado

As eleições parlamentares de abril de 2024 funcionaram também como um referendo à popularidade de Yoon. 
O PPP perde mais lugares e, em protesto, faltou à inauguração da Assembleia Nacional — o primeiro líder da Coreia do Sul a fazê-lo. Nos meses seguintes, foram vários os protestos populares na capital a pedir a sua demissão.


2024

Lei marcial

A 3 de dezembro declara a lei marcial no país por considerar a presença de “forças contra o Estado, decididas a derrubar o regime” na Assembleia Nacional, as forças armadas saem à rua, mas os deputados votaram contra. Dias depois o Presidente escapou a uma moção de destituição, e incerteza permanece.

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