
Declaração da lei marcial pelo Presidente revoltou povo e deputados. Yoon Suk Yeol acabou por recuar, não sem antes ter feito graves acusações à oposição, que tem maioria no Parlamento e pretende agora tirar o chefe de Estado do cargo
Declaração da lei marcial pelo Presidente revoltou povo e deputados. Yoon Suk Yeol acabou por recuar, não sem antes ter feito graves acusações à oposição, que tem maioria no Parlamento e pretende agora tirar o chefe de Estado do cargo
Editor da Secção Internacional
Há 45 anos que a lei marcial não era imposta na Coreia do Sul. Desta vez, quase não chegou a sê-lo, já que a proclamação do Presidente, a meio da noite, não suscitou obediência, antes contestação. Os deputados da oposição aprovaram, pouco depois, a revogação daquela medida, e Yoon Suk Yeol acabou por ceder, não sendo claro que tenha condições para se manter no cargo. Encerrada a crise, que durou meia dúzia de horas, eis oito perguntas e respostas para tentar perceber o que aconteceu esta terça-feira na Coreia democrática, ainda assim marcada por períodos de ditadura militar do século XX.
Que se passou na Coreia do Sul esta terça-feira?
O Presidente Yoon Suk Yeol anunciou em direto na televisão que decretava a lei marcial, já entrada a noite e de surpresa. Alegou perigo vindo da Coreia do Norte e “forças contra o Estado”, mas, passadas duas horas e meia, o Parlamento aprovou a anulação dessa decisão do chefe de Estado. O país viveu momentos tensos, com a sede do poder legislativo cercada por militares, ao passo que agentes da polícia de choque impediam deputados de entrar. Estiveram na sessão 190 dos 300 parlamentares (a oposição tem maioria) e todos — incrédulos, segundo a BBC, até os do partido do Presidente — votaram contra a medida drástica de Yoon. Após o recuo do Presidente, a oposição apresentou uma moção para destituí-lo do cargo.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: pcordeiro@expresso.impresa.pt