Ásia

Coreia do Sul: oposição preparada para ganhar eleições com uma “super maioria”

Iniciativa de campanha do Partido Democrático, numa artéria de Seul
Iniciativa de campanha do Partido Democrático, numa artéria de Seul
ANTHONY WALLACE / AFP / GETTY IMAGES

Os resultados anteveem um final de mandato complicado para o Presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol. Ao conquistar cerca de 200 dos 300 lugares na Assembleia Nacional, o partido da oposição (PD) e respetivos aliados poderão anular vetos, alterar a Constituição e tentar destituir Yoon

O Partido Democrático (PD) — a principal força da oposição sul-coreana — deverá aumentar a maioria no parlamento após as eleições legislativas desta quarta-feira, de acordo com as sondagens à boca da urna divulgadas pelas televisões sul-coreanas.

De acordo com as previsões, o conjunto dos partidos da oposição poderá obter uma “super maioria” de cerca de 200 lugares em 300 na Assembleia Nacional, noticia a agência de notícias France-Presse (AFP).

A confirmar-se, será suficiente para contrariar o poder de veto do Presidente conservador, Yoon Suk-yeol, ou mesmo para o destituir. Ou seja, com 200 votos a oposição poderá anular vetos, alterar a Constituição e tentar afastar Yoon do poder.

As sondagens anteriores às eleições mostravam o partido conservador de Yoon — o Partido do Poder Popular (PPP) — ligeiramente atrás do PD, que detém atualmente 142 dos 300 lugares na Assembleia Nacional.

O PD (centro-esquerda) de Lee Jae-myung e os seus partidos aliados poderão conquistar até 197 lugares, contra 156 no parlamento cessante.

Já o PPP deverá obter entre 85 e 99 lugares, contra os atuais 114.

Um novo partido antissistema, o Rebuilding Korea, do antigo ministro da Justiça Cho Kuk, que está a cumprir uma pena de dois anos de prisão por corrupção (e da qual recorreu), deverá obter entre 12 e 14 lugares.

Analistas esperam que Cho junte forças com os democratas para formar uma “super maioria” contra o PPP, segundo a AFP.

As sondagens foram realizadas pelos três principais canais de televisão da Coreia do Sul, junto de cerca de 360.000 eleitores em todo o país.

Os resultados oficiais só deverão ser divulgados na madrugada desta quinta-feira. A confirmarem-se, anteveem um final de mandato complicado para Yoon, que foi eleito por pouco contra Lee, em 2022, e foi impedido de aplicar o seu programa de direita por falta de uma maioria parlamentar.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate