Ásia

Pyongyang dispara mísseis balísticos durante visita do chefe da diplomacia americana a Seul

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos reafirmou a aliança com a Coreia do Sul
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos reafirmou a aliança com a Coreia do Sul
EVELYN HOCKSTEIN/AFP/Getty Images

A Coreia do Norte lançou vários mísseis balísticos de curto alcance esta segunda-feira, anunciou o exército sul-coreano. Os disparos aconteceram durante a visita a Seul do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken

O exército sul-coreano afirmou esta segunda-feira ter “detetado por volta das 07:44 [22:44 de domingo em Portugal Continental] o lançamento do que parecem ser vários mísseis balísticos de curto alcance”. Os projéteis percorreram cerca de 300 quilómetros antes de se despenharem no mar do Leste, conhecido como mar do Japão.

“Estamos a partilhar informações relevantes com os Estados Unidos e o Japão e estamos prontos para intervir”, acrescentou o chefe do Estado-Maior sul-coreano. Os disparos da Coreia do Norte coincidiram com a visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, a Seul.

Notícias divulgadas anteriormente pela agência France-Presse (AFP), que citavam o Estado-Maior da Coreia do Sul, davam conta do lançamento de “um míssil balístico indeterminado em direção ao mar do Leste”. As autoridades japonesas tinham anunciado o lançamento de pelo menos dois projéteis, que parecem ter caído nas águas fora da Zona Económica Exclusiva (ZEE) do Japão, informa a agência de notícias nipónica Kyodo. O Ministério da Defesa japonês afirmou ter detetado o primeiro lançamento por volta das 07:46 locais (22:46 de domingo em Portugal Continental) e o segundo cerca de 40 minutos depois.

Washington condena disparos

Antony Blinken, que chegou a Seul no domingo à noite, reuniu-se com o Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, esta manhã e participou na terceira edição da Cimeira da Democracia, segundo a comitiva americana. Os Estados Unidos já condenaram os lançamentos norte-coreanos, afirmando o Departamento de Estado que “violam várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU”, ameaçam os vizinhos da Coreia do Norte e “minam a segurança regional”.

“Continuamos empenhados numa abordagem diplomática e apelamos à Coreia do Norte para que se empenhe no diálogo”, acrescentou a diplomacia de Washington, garantindo que o compromisso dos Estados Unidos “com a defesa do Japão e da Coreia do Sul continua inabalável”.

Blinken foi à Coreia do Sul participar na terceira Cimeira da Democracia, iniciativa do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que Seul acolhe até quarta-feira. Estão presentes funcionários governamentais, organizações não-governamentais e membros da sociedade civil.

Coreia do Norte ameaça Seul e Washington

O secretário de Estado americano deverá aproveitar a deslocação para conversar com o homólogo sul-coreano, Cho Tae-yul, sobre formas de reforçar a aliança entre Washington e Seul, numa altura em que procuram melhorar a política de “dissuasão alargada” contra o Norte, referiu a AFP. Quinta-feira, Seul e Washington terminaram os exercícios anuais de grande escala, que envolvem a interceção de mísseis e ataques aéreos.

O número de tropas que participaram nesta edição foi o dobro do registado no ano passado. No início de março, Pyongyang avisara que os Estados Unidos e a Coreia do Sul iam pagar um “preço elevado” pelas manobras.

Seul é um aliado fundamental de Washington na região. Os Estados Unidos têm cerca de 27 mil soldados na Coreia do Sul para ajudar a proteger o país do Norte, que possui armas nucleares. O Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, no poder desde 2022, reforçou os laços com a Casa Branca e procurou estreitar a relação com o Japão, face às ameaças norte-coreanas.

Desde o início do ano, Pyongyang designou Seul como “inimigo principal”, encerrou as agências dedicadas à reunificação e ao diálogo intercoreano e ameaçou entrar em guerra por qualquer violação de território norte-coreano “nem que seja de 0,001 milímetros”.

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