As pequenas casas de barro dos refugiados afegãos foram demolidas. São lares de construção precária, arrasados com bulldozers pelas autoridades paquistanesas perto da cidade de Margalla, nos arredores da capital, Islamabade. Em todo o país os afegãos são perseguidos pela polícia, que avisa os paquistaneses que possam ter tentações solidárias de que abrigar refugiados é habilitar-se a punições. Repetem-se, sonoramente nas mesquitas e em cartazes nas paredes, anúncios a exigir que cada cidadão comunique à polícia o paradeiro dos refugiados de que tenha conhecimento.
Muitos já foram detidos e deportados à força para o Afeganistão, pelas fronteiras norte e sul do Paquistão. Eis a ponta de icebergue da hostilidade recentemente adotada pelas forças de segurança paquistanesas contra os quatro milhões de afegãos que vivem pacificamente, desde há 40 anos, num país muçulmano de 220 milhões de habitantes.
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