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Líder do governo de Macau vem a Portugal com empresários. E as liberdades e garantias, serão tema de conversa?

O chefe do Governo de Macau, Ho Iat-seng, durante a reunião anual do Parlamento chinês, em Pequim, a 4 de março de 2021
O chefe do Governo de Macau, Ho Iat-seng, durante a reunião anual do Parlamento chinês, em Pequim, a 4 de março de 2021
CARLOS GARCÍA RAWLINS/REUTERS

Portugal foi o destino escolhido pelo líder do governo de Macau para a sua primeira visita oficial a um país estrangeiro, acompanhado de uma comitiva de dezenas de empresários. Perante as restrições de direitos políticos e civis sentidas nos últimos anos em Macau, há quem defenda que a oportunidade deve ser aproveitada por Portugal para dialogar “de uma forma séria e consequente”. Ho Iat Seng vai encontrar-se com o Presidente da República, o primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros

Líder do governo de Macau vem a Portugal com empresários. E as liberdades e garantias, serão tema de conversa?

Salomé Fernandes

Jornalista da secção internacional

Segundo registos do consulado de 2018 viviam 131 mil portugueses em Macau (dos quais 2752 nascidos em Portugal). A lista de cidadãos com nacionalidade portuguesa perdeu um nome conhecido há cerca de quatro anos: Ho Iat Seng renunciou à nacionalidade antes de anunciar a sua candidatura ao cargo de Chefe do Executivo. É este mesmo líder de Governo que está esta semana em visita oficial a Portugal. A deslocação dá-se entre esta terça-feira e sábado. Ho Iat Seng tem encontros agendados com o Presidente da República, o primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros.

“A visita de Ho a Portugal pode ser considerada uma contribuição à política europeia da China que se destina a melhorar a relação tensa da China com a Europa através de Portugal. Por um lado, Ho pode apresentar o desenvolvimento de Macau pós-transferência de soberania e tentar defender o sucesso do [princípio] ‘um país, dois sistemas’ em Macau”, respondeu o académico Eilo Yu por escrito ao Expresso.

O professor associado do Departamento de Administração Pública e Governamental da Universidade de Macau entende que Ho Iat Seng pode “defender-se da acusação de incumprimento da China” da Declaração Conjunta e aumentar a cooperação económica e política entre a China e Portugal. No âmbito político, Yu acredita que alguns políticos e ativistas políticos “provavelmente vão aproveitar esta oportunidade para falar com o Chefe do Executivo de Macau”.

A Declaração Conjunta Sino-Portuguesa sobre a Questão de Macau e na Lei Básica de Macau, assinada por Portugal e pela China antes da transferência de soberania do território, prevê a continuidade de uma série de direitos, liberdades e garantias até 2049.

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