Angola

Montenegro anuncia reforço da linha de crédito Portugal-Angola em mais 500 milhões de euros e garante reforço na atribuição de vistos

Montenegro anuncia reforço da linha de crédito Portugal-Angola em mais 500 milhões de euros e garante reforço na atribuição de vistos
AMPE ROGÉRIO

O primeiro-ministro português anunciou em Luanda o reforço da linha de crédito Portugal-Angola em mais 500 milhões de euros e assumiu como objetivo dar um "novo grande impulso" nas relações entre os dois países, sobretudo económicas

O primeiro-ministro português anunciou hoje o reforço da linha de crédito Portugal-Angola em mais 500 milhões de euros e assumiu como objetivo dar um "novo grande impulso" nas relações entre os dois países, sobretudo económicas.

Luís Montenegro falava no Palácio Presidencial, depois de um encontro a sós com o Presidente da República de Angola, João Lourenço, e antes do encontro das comitivas alargadas dos dois países. "Quero anunciar-vos o que comuniquei ao Presidente João Lourenço: a linha de crédito que neste momento ascende a dois mil milhões de euros será reforçada em mais 500 milhões de euros", disse.

O primeiro-ministro afirmou que, apesar de esta linha não estar ainda esgotada, este aumento "é um sinal de confiança no futuro de Angola". "Ajudará as empresas portuguesas e o Governo de Angola a fazerem investimentos em infraestruturas e também noutros domínios que possam favorecer a diversificação da economia angolana e a criação de condições para o desenvolvimento do país", disse.

Luís Montenegro assumiu como objetivo do XXIV Governo Constitucional dar continuidade ao que foi feito no passado nas relações bilaterais com Angola, mas não só.

"O nosso objetivo é mesmo criar um novo impulso, um novo grande impulso na relação dos dois países e nas relações económicas em particular", afirmou.

O primeiro-ministro enfatizou que Portugal é um parceiro de Angola "em todas as horas", tal como acontece no sentido inverso, e agradeceu o apoio deste país no período da "troika", no tempo em que era líder parlamentar do PSD. "Eu próprio não me esqueço, pelas responsabilidades políticas que tive no passado, da forma como o Governo angolano, as empresas angolanas, as instituições angolanas estiveram ao lado de Portugal num momento de maior aflição financeira em que a nossa economia estava altamente condicionada", disse.

Por isso, frisou, "é com o mesmo espírito solidário que os portugueses procuram também ajudar ao crescimento de Angola, ao fomento da sua atividade económica e à transformação dessa atividade em mais empregos, em melhores empregos e em criação de condições para haver mais bem-estar nos angolanos".

O primeiro-ministro português anunciou hoje que o Instituto de Emprego e Formação Profissional começará a trabalhar em Angola para promover a formação profissional de quadros angolanos e garantiu mecanismos para reforçar a atribuição de vistos entre os dois países.

Vistos aceleram

Depois de um encontro a sós com o Presidente da República de Angola, João Lourenço, Montenegro foi mais longe nas promessas, alargando-as à colaboração na formação de quadros. "O nosso Instituto de Emprego e Formação Profissional começará a trabalhar em Angola com o intuito de promover a formação profissional de quadros angolanos, seja para atividades desenvolvidas no território, seja para aqueles que procuram ir trabalhar para Portugal", disse, enquadrando esta iniciativa em protocolos de colaboração que serão acordados entre os Ministérios da Segurança Social.

O objetivo, explicou, será que estes cidadãos possam ter uma entrada no mercado de trabalho português "mais favorecida, mais ágil e mais capaz de poder ter um desenvolvimento e um acolhimento eficazes".

Montenegro reafirmou também garantias de que as recentes alterações à política de imigração em Portugal "mantêm intactas todas as condições para haver uma mobilidade fluida entre os cidadãos portugueses que vêm para Angola e os cidadãos angolanos que procuram Portugal".

"A este último respeito, quero reafirmar que as recentes alterações que promovemos em Portugal na nossa política de imigração não alteraram em nada aquela que é a porta de entrada que estabelecemos com os países da comunidade que fala a língua portuguesa", disse.

Em concreto para Angola, o primeiro-ministro assegurou o reforço "em três grandes áreas": "Agilizando procedimentos e reforçando os recursos humanos nos postos consulares, e proporcionando um serviço mais transparente e combatendo o açambarcamento de vagas, que é um dos óbices que têm muitas vezes impedido cidadãos Angolanos de obterem as marcações e os vistos respetivos".

Montenegro disse ainda que os dois países continuarão a dar sequência às ações de cooperação cultural que têm em vigor e a desenvolver as atividades da Escola Portuguesa de Luanda, que visitará hoje à tarde.

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