“Com a democracia, não só se vota como se come, se cura e se educa”, imortalizou o ex-Presidente argentino Raúl Alfonsín (1983-89), considerado o “pai da democracia”, no seu discurso de posse perante a Assembleia Legislativa, a 10 de dezembro de 1983. Essa frase fora lema da sua campanha eleitoral vitoriosa, quando a Argentina recuperou a democracia, há 40 anos. A sua transição fez do país um farol democrático para os vizinhos.
Quando o golpe de 1976 tirou a liberdade aos argentinos, a pobreza no país rondava os 5%. Passados sete anos de ditadura, a pobreza chegava a 22%. Essa deterioração social, consequência de alta inflação, e a derrota na guerra das Malvinas (1982) precipitaram a queda do regime militar, pressionado por protestos populares e pelo desprestígio internacional. “O Governo militar teria terminado do mesmo jeito — 42 países democratizaram-se nos anos 80 —, mas as condições teriam sido diferentes sem a guerra”, indica ao Expresso o historiador e analista político Rosendo Fraga, diretor do Centro de Estudos Nova Maioria.
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