Manifestações anti-imigração, racismo, islamofobia e ataques à democracia levaram a agência de espionagem alemã a classificar o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) como “extremista”. A nova designação vai permitir intensificar a fiscalização do maior partido da oposição do país (obteve a votação recorde de 20,8%, nas eleições de fevereiro), que definiu a medida como um “golpe contra a democracia”.
A decisão do Gabinete Federal para a Proteção da Constituição (BfV) baseou-se nas conclusões de um relatório confidencial de 1100 páginas, compilado por especialistas. O histórico da AfD é composto por sucessivas tentativas de “minar a ordem livre e democrática” na Alemanha, concluiu o gabinete. “Isto é evidente pelas inúmeras declarações xenófobas, antiminorias, anti-islâmicas e antimuçulmanas feitas continuamente por altos funcionários do partido”, acrescentou.
Os dirigentes do partido descreviam frequentemente os imigrantes como espécies invasoras ou como “homens de faca”. Em outubro de 2023, a direção da AfD acusou os Verdes, em publicações nas redes sociais, de terem um “Plano Geral de Substituição Populacional”, que fazia lembrar o “Plano Geral do Leste”, o nome dado pelos nazis ao seu plano de genocídio de judeus e outros grupos étnicos no leste europeu durante a Segunda Guerra Mundial. No ano passado, os deputados do partido foram implicados num relatório sobre um alegado plano de deportação em massa de milhões de cidadãos.
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